Na Madeira faz-se justiça aos médicos

“A nível nacional, os médicos reivindicam a retoma dos períodos de urgência de 12 horas semanais e o pagamento de horas extraordinárias quando esse tempo seja excedido. Duas questões que ficaram resolvidas na Madeira com o acordo para a revisão global do Contrato Coletivo de Trabalho, celebrado entre os sindicatos de médicos e o Governo Regional, no ano passado”, a frase, publicada no Diário de Notícias do Funchal, é da médica e representante da FNAM na Madeira, Letícia Abreu.

Que fez ainda questão de salientar: “Conseguimos cá um acordo colectivo de trabalho, com os privilégios que isso acarreta, que a nível nacional ainda não foi conseguido”, realça a dirigente sindical.

A médica referia-se à greve decretada a nível nacional, para sublinhar que os médicos que resolvam também fazer greve na Madeira o farão apenas por solidariedade para com os seus colegas nacionais e também porque há questões, como as das grelhas salariais, que só podem ser resolvidas pela República.

Mas, a sindicalista foi ainda mais longe: «[A Região] está salvaguardada pelo acordo coletivo trabalho que deveria ser copiado a nível nacional».

Estas palavras, vindas de uma sindicalista, têm uma força e fazem justiça ao esforço de concertação social, em todas as áreas, que se vive na Madeira. Também nos médicos. Uma justiça que, contudo, chegou a ficar ameaçada pela não aprovação de um Orçamento.

Uma medida que faz justiça a uma classe que soube sempre dizer presente nos momentos difíceis que a Região atravessou, como se viu aquando da crise pandémica, onde arriscaram a sua vida e sacrificaram a sua presença junto das suas famílias e amigos, em prol da Saúde de nós todos.

O que se fez por eles não foi, portanto, mais do que se devia. Mas, é pena que no Continente não se tenha tido o mesmo respeito. Desrespeito que, diga-se em abono da verdade é também extensivo a outras classes profissionais: veja-se o que se passou com os professores, com a Madeira a recuperar tempo de carreira há anos e só agora, com este novo Governo, se ter avançado para essa regularização.

E o que vale para os médicos e para os professores, vale para os enfermeiros, para os funcionários públicos e para a generalidade das profissões.

Ângelo Silva