Unidos na Diversidade
A Política de Coesão tem como objetivo reduzir disparidades económicas, sociais e territoriais entre as regiões da Europa
No passado dia 16 de julho tomei posse como deputado ao Parlamento Europeu, numa semana particularmente intensa, onde foram tomadas decisões muito relevantes para o desenrolar deste mandato de 5 anos, mas acima de tudo para o futuro da União Europeia que como sabemos enfrenta inúmeros desafios e ameaças.
A reeleição de Ursula von der Leyen como presidente da Comissão Europeia foi uma delas, em resultado de um processo que permitiu desde logo deixar bem claro um compromisso relativo a uma das grandes preocupações da maioria dos cidadãos europeus: a habitação. Um plano europeu para a habitação é uma das grandes prioridades do Partido Socialista e da nossa família política, pelo que este bom início pode ser também um bom prenúncio do entendimento necessário entre todos aqueles que defendem uma União Europeia de resultados e que apresente soluções aos problemas das pessoas. Qualquer outro caminho ou opção apenas dará mais forca aos que sendo profundamente antieuropeístas, pretendem descredibilizar a política com argumentos populistas, levando ao colapso das instituições por dentro. A ameaça é real, pois 25% do atual parlamento europeu é composto por forcas de extrema direita, mas estou convicto que o sentido de responsabilidade, a moderação e a capacidade negocial permitirão que o projeto europeu saia, uma vez mais, vencedor.
Manifestando a minha enorme satisfação com alguns dos principais compromissos assumidos nesta primeira semana de trabalho do novo parlamento europeu, estou igualmente motivado pelo facto de ter conseguido assegurar os meus primeiros objetivos para este início de mandato. Ao longo da campanha apresentei medidas específicas para vários setores, cuja relevância para a Madeira é indiscutível, mas era fundamental garantir a presença nas Comissões em que estas matérias são discutidas e trabalhadas. É por isso que tendo sido eleito membro efetivo da Comissão dos Transportes e do Turismo e da Comissão do Desenvolvimento Regional, poderei de forma mais consequente defender os interesses da Região Autónoma da Madeira e da nossa população, sem esquecer a Comissão das Pescas onde estarei presente como membro suplente. Setores tão importantes para o nosso desenvolvimento, com enorme peso na economia e no emprego, precisam de uma voz firme na Europa que exponha com competência e de forma consistente as nossas posições e especificidades. Num momento desafiante, marcado pelo crescimento de fenómenos populistas e nacionalistas, guerras e discussões sobre o alargamento da União Europeia, a negociação do próximo quadro financeiro plurianual e o impacto que poderá ter nas políticas de coesão, é também um tema que exigirá muita dedicação e empenho, especialmente tendo responsabilidades acrescidas de representar uma região ultraperiférica. Não poderemos aceitar, não poderei aceitar nunca, que novas medidas, seja em que área for, possam ser financiadas à custa da redução dos fundos de coesão. A Política de Coesão tem como objetivo reduzir disparidades económicas, sociais e territoriais entre as regiões da Europa e como tal, não pode ser colocada em causa, pois só assim poderemos seguir Unidos na Diversidade, concretizando aquele que tem sido o lema da União Europeia.