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Republicanos criticam papel de Harris no controlo da imigração

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 Os republicanos do Congresso dos EUA estão a agir rapidamente para destacar o papel da vice-presidente Kamala Harris no controlo de imigração, aprovando uma resolução em que condenam a sua ação.

A maioria republicana na Câmara de Representantes aprovou  ontem uma resolução, que é puramente simbólica, repetindo uma linha de ataque que o republicano Donald Trump adotou contra Harris desde que esta se tornou a provável candidata presidencial democrata.

Todos os republicanos da Câmara e seis democratas em difíceis disputas pela reeleição votaram a favor da resolução.

No início do seu mandato, o Presidente Joe Biden encarregou Harris de lidar com as causas profundas da migração.

As passagens de fronteira acabaram por se tornar um grande problema político para Biden quando atingiram níveis históricos.

Desde junho, quando Biden anunciou restrições significativas aos pedidos de asilo na fronteira, as detenções por travessias ilegais diminuíram.

Agora, resta saber se a fronteira se tornará um problema político para Harris como foi para Biden, com os republicanos a insistirem que a vice-Presidente não fez o suficiente para reprimir a imigração ilegal.

"O resultado da sua inação foi um número recorde de travessias ilegais, comunidades sobrecarregadas, desmembrando o Estado de Direito", acusou o líder republicano da Câmara, Mike Johnson.

Caso seja eleito, Trump prometeu deportar milhões de pessoas e fez da retórica anti-imigração um foco central da sua campanha.

A votação na Câmara mostrou alguns sinais iniciais de quebras nos níveis de confiança que os democratas até agora concederam a Harris.

Os seis democratas que votaram a favor da resolução eram, na sua maioria, membros de distritos decisivos e já tinham criticado Biden.

A medida exigia "funcionários eleitos que compreendam a gravidade da crise fronteiriça e que executarão as políticas para resolver a crise fronteiriça".

Enquanto vice-Presidente, Harris foi encarregada de supervisionar os esforços diplomáticos para lidar com questões que estimulam a migração nos países do Triângulo Norte de El Salvador, Guatemala e Honduras, bem como de os pressionar a reforçar a fiscalização nas suas próprias fronteiras.

O Governo de Biden pretendia desenvolver e implementar uma estratégia a longo prazo que chegasse às causas profundas da migração proveniente destes países.

A maioria dos democratas da Câmara tentou defender a forma como Harris conduziu o trabalho.

O líder da bancada democrata, Hakeem Jeffries, disse que a resolução era "falsa e fraudulenta" e que Harris nunca foi nomeada "czar da fronteira", como afirmava a medida.

Os democratas também têm salientado repetidamente que os republicanos rejeitaram um acordo sobre fronteiras e imigração que a Casa Branca negociou com a liderança do Partido Republicano no Senado no início deste ano.