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Madeira

Madeira com rendimento mediano superior ao do país em 2022 mas com distribuição desigual

Foto Nuno Pinto Fernandes/Global Imagens
Foto Nuno Pinto Fernandes/Global Imagens

A Madeira é uma das oito sub-regiões que em 2022 registaram um rendimento mediano superior ao do país, mas também é das regiões onde há maiores disparidades na distribuição concelhia desse rendimento. São conclusões que se retiram dos dados de rendimento declarado no IRS que constam da análise publicada hoje pelo Instituto Nacional de Estatística.

Em 2022, o valor mediano do rendimento bruto declarado deduzido do IRS liquidado por sujeito passivo foi 10.679 euros em Portugal. Setenta municípios apresentaram valores medianos do rendimento superiores à referência nacional. A Grande Lisboa (12.366 €), a Península de Setúbal (11.741 €), a Região de Coimbra (10.881 €), a Região de Leiria (10.859 €), o Alentejo Central (10.804 €), a Região de Aveiro (10.789 €) e as regiões autónomas dos Açores (10.776 €) e da Madeira (10.763 €) foram as sub-regiões que apresentaram os rendimentos medianos mais elevados, superiores à referência nacional. Por outro lado, as sub-regiões do Alto Tâmega e Barroso (8.859 €) e do Tâmega e Sousa (9.195 €) apresentaram os rendimentos medianos mais baixos, inferiores a 9.500 € por pessoa.

O retrato municipal do valor mediano do rendimento líquido por pessoa evidenciou 70 municípios (mais um do que em 2021) com valores acima da referência nacional. Neste conjunto, encontrava-se a totalidade dos municípios da Grande Lisboa (nove municípios) e da Península de Setúbal (nove municípios), destacando-se Oeiras (15.190 €), Lisboa (13.809 €), Alcochete (12.874 €), Cascais (12.843 €) e Coimbra (12.557 €) com os valores medianos mais elevados do país. Para além dos municípios destas duas regiões, também 16 municípios do Centro, 11 do Oeste e Vale do Tejo, nove do Alentejo, sete do Norte, cinco da Região Autónoma dos Açores, três da Região Autónoma da Madeira (Porto Santo 12.041€, Santa Cruz 11.668€ e Funchal 11.642€) e Faro no Algarve, superaram o valor do país. Com valores mais baixos, inferiores a 9.500 €, evidenciou-se um conjunto de municípios sobretudo da região Norte, mas também um concelho do nosso arquipélago, Santana (9.456€).

O INE utiliza um indicador (coeficiente de Gini) para avaliar a desigualdade e assimetria na distribuição de rendimento. Em 2022, o coeficiente de Gini do rendimento líquido por pessoa era de 35,7% em Portugal, evidenciando uma redução na desigualdade da distribuição do rendimento em relação a 2021 (36,1%). A Grande Lisboa (38,5%), as regiões autónomas dos Açores (37,2%) e da Madeira (36,2%), o Alto Tâmega e Barroso (36,2%) e a Área Metropolitana do Porto (35,7%) apresentaram coeficientes de Gini iguais ou superiores ao valor nacional, sugerindo uma maior desigualdade na distribuição do rendimento. Por outro lado, o Alentejo Central (30,7%) apresentou o menor nível de concentração do rendimento entre as 26 sub-regiões do país.

A análise do padrão municipal do coeficiente de Gini revela, com valores superiores à referência nacional, um conjunto de 32 municípios, sendo três da Região Autónoma da Madeira - Calheta, Funchal e Ponta do Sol.