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Mais de 21 milhões de eleitores vão às urnas para as presidenciais na Venezuela

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Mais de 21 milhões de venezuelanos estão habilitados a votar nas eleições presidenciais de domingo, cuja campanha eleitoral termina hoje marcada por um clima de grande tensão no país, em plena crise económica, social e política.

O atual chefe de Estado venezuelano, Nicolás Maduro, do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), vai concorrer pela terceira vez para mais um mandato de seis anos. Maduro está no poder na Venezuela desde 2013, quando assumiu o cargo após a morte do Presidente Hugo Chávez (1999-2013).

Nestas eleições, Maduro enfrenta nas urnas Edmundo Gonzalez Urrutia (do Mesa de Unidade Democrática/MUD), o candidato da oposição que a maioria das sondagens coloca na liderança, embora sejam desvalorizadas pelo partido do Presidente, alegando que são fabricadas.

Participam ainda no sufrágio de domingo outros oito candidatos: Daniel Ceballos (Voluntad Popular), Luís Martínez (Acción Democrática), António Ecarri (Alianza del Lápiz), Benjamin Rausseo (Confederación Nacional Democrática -- Conde), Enrique Márquez (Centrados en la Gente), José Brito (Primero Justicia), Javier Bertucci (El Cambio) e Claudio Fermín (Soluciones para Venezuela).

Em 20 de junho, oito dos dez candidatos, incluindo Maduro, assinaram um acordo que, segundo a imprensa local, os obriga a reconhecer os resultados que venham a ser anunciados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE). O acordo não foi assinado por Edmundo González Urrutia e nem por Enrique Márquez.

Mudanças económicas e sociais, combate à corrupção e ajuda aos desfavorecidos estão entre as propostas dos dez candidatos às presidenciais da Venezuela, país que enfrenta uma grave crise económica, social, humanitária e política. Milhões de venezuelanos abandonaram o país nos últimos anos devido as más condições de vida e à repressão do Governo.

Durante a campanha eleitoral, que começou em 04 de julho e termina oficialmente na quinta-feira, cerca de uma centena de opositores foram detidos, segundo organizações de direitos humanos. Maduro e González Urrutia têm vindo a acusar-se mutuamente da preparação de alegados atos de violência.

A oposição tem denunciado que o regime de Caracas está a aplicar medidas autoritárias contra as suas atividades e condenou a detenção de colaboradores, assim como o encerramento de estabelecimentos comerciais por onde passa o candidato González Urrutia, substituto da vencedora das primárias opositoras de outubro de 2023, María Corina Machado, impedida judicialmente de se apresentar ao escrutínio presidencial.

Na segunda-feira num comício em Bolívar, no sul do país, Nicolás Maduro, o herdeiro do chavismo (relativo ao antigo líder Hugo Chávez), acusou a oposição de estar "à procura de uma hecatombe, de uma tragédia, de algo forte que mude o rumo do que vai acontecer na Venezuela a 28 de julho".

Milhões de venezuelanos que vivem fora do país não vão poder votar devido aos inúmeros obstáculos encontrados para o recenseamento eleitoral no estrangeiro. A Venezuela tem atualmente uma população de aproximadamente 29,4 milhões de pessoas, das quais 21,4 milhões poderão teoricamente votar nas eleições presidenciais de 28 de julho, tanto dentro como fora do país.

Entretanto, apenas 69.211 venezuelanos no estrangeiro estão habilitados a votar - menos do que nas eleições venezuelanas anteriores, que foram 110 mil -, o que representa uma pequena fração dos cerca de oito milhões de venezuelanos que vivem fora do país, segundo dados da ONU.

O eurodeputado português Sebastião Bugalho vai integrar uma delegação do Partido Popular Europeu (PPE) de acompanhamento das eleições presidenciais venezuelanas, que serão também acompanhadas pela fundação norte-americana The Carter Center, por dois observadores do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) do Brasil, entre outras organizações e países.