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Netanyahu pede mais armas aos EUA para "acelerar fim da guerra" em Gaza

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O primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, instou hoje os Estados Unidos a libertarem nova ajuda militar a Israel, argumentando que poderia "acelerar o fim da guerra" na Faixa de Gaza, e indicou que não tem planos para colonizar o enclave.

"Deem-nos as ferramentas mais rapidamente e terminaremos o trabalho mais depressa", pediu o chefe do Governo israelita num discurso perante as duas câmaras do Congresso norte-americano em Washington, após ter criticado recentemente a administração do Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, por bloquear um fornecimento de bombas.

Durante a sua intervenção, Netanyahu propôs o estabelecimento de uma zona desmilitarizada na Faixa de Gaza após a guerra contra o grupo islamita Hamas, que seria administrada pelas autoridades civis palestinianas, mas rodeada por um controlo militar israelita.

Na sua visão para o território, afirmou que "a desmilitarização e desradicalização de Gaza" podem conduzir "a um futuro de segurança, prosperidade e paz".

O primeiro-ministro israelita não fez qualquer referência à formação de um governo único para a Faixa de Gaza e para a Cisjordânia, ou à criação de um Estado palestiniano independente, que são os planos oficiais dos Estados Unidos.

Netanyahu foi convidado para o seu quarto discurso perante o Congresso dos Estados Unidos numa demonstração de apoio face às tensões entre a administração de Joe Biden e o Governo israelita devido à forma como está a levar a cabo a ofensiva na Faixa de Gaza.

Numa fase em que os Estados Unidos atravessam momentos políticos conturbados devido à proximidade das eleições presidenciais em 05 de novembro, Benjamin Netanyahu prestou uma calorosa homenagem ao candidato republicano Donald Trump.

"Quero agradecer ao Presidente Trump por tudo o que fez por Israel", disse o líder de Israel, voltando a lamentar a "desprezível" tentativa de assassínio que teve como alvo o ex-líder republicano da Casa Branca em 13 de julho.

Por outro lado, elogiou o Presidente democrata Joe Biden pelos "seus esforços incansáveis ??em nome dos reféns" em posse do Hamas desde o ataque do grupo palestiniano em 07 de outubro no sul de Israel e que matou quase 1.200, dando origem ao atual conflito na Faixa de Gaza.

Biden retirou no domingo a sua candidatura à Casa Branca e expressou apoio à sua vice-Presidente, Kamala Harris, na corrida eleitoral contra Trump.

Na quinta-feira, Netanyahu tem agendados encontros com Biden e Harris e, na sexta, com Trump.

O discurso de Netanyahu foi também assinalado por fortes protestos de milhares de manifestantes junto do edifício do Capitólio contra a invasão da Faixa de Gaza por Israel em perseguição do Hamas e que já provocou nos últimos nove meses cerca de 40 mil mortos, na maioria civis, segundo as autoridades locais.

De acordo com a agência Associated Press (AP) e a cadeia televisiva CNN, dezenas de congressistas, sobretudo democratas, faltaram ao discurso do chefe do Governo israelita, enquanto outros aplaudiram-no efusivamente e outros ainda usaram 't-shirts' a exigir um cessar-fogo na Faixa de Gaza.