Maioria e oposição do paraíso ao inferno na avaliação da Conta da Região de 2022
Nas intervenções finais, os partidos, à excepção do Chega, que só então interveio, repetiram no essencial os grandes argumentos deixados durante o debate da Conta de 2022.
Mónica Freitas (PAN) manifestou-se preocupada com os baixos rendimentos dos madeirenses, algo semelhante ao que Nuno Morna (IL), ao afirmar que o maior PIB de sempre não corresponde a melhores condições de vida dos madeirenses, porque a riqueza não é distribuída.
Miguel Castro (Chega) pediu transparência na gestão financeira da Região, garantindo que há um longo caminho a percorrer.
Élvio Sousa anunciou que o seu partido vai propor uma Comissão de Acompanhamento da execução do PRR e reafirmou uma luta pela transparência. Foi uma intervenção muito sarcástica.
Falou, como muitas vezes, das questões da corrupção e disse esperar que não aterre mais um avião em Santa Cruz, numa alusão à vinda do avião da Força Aérea com investigadores da PJ, em Janeiro último.
O líder do PS reservou-se para a intervenção final.
Paulo Cafôfo disse que a análise da Conta de 2022 deveria ser o momento para pensar no futuro e insistiu na alteração da Lei de Enquadramento Orçamental e pediu mais tempos de debate.
A opção do Governo, diz o PS, é sempre a mesma: derramar milhões para fazer inaugurações, reconhecendo o presidente do PS que o Governo tem sido eficaz em termos eleitorais, em prejuízo dos madeirenses.
Cafôfo considerou preocupante a exposição da Região ao sector turístico e disse não partilhar da ideia de que há turismo a mais. O que há, afirmou, é economia a menos.
O PS também fala na desigual distribuição da riqueza. O problema não reside nos empresários, disse, mas no modelo económico.
Cafôfo reafirmou a posição do seu partido que entende haver suborçamentação da receita fiscal, para justificar o não abaixamento de impostos.
Brício Araújo (PSD) começou a sua intervenção a citar Mário Centeno, antigo ministro das Finanças do PS, para lembrar os elogios que fez à gestão financeira da Madeira.
O deputado alegou muitos reconhecimentos externos, mas nunca pelo PS-Madeira, que diz ser um partido fora do tempo, do passado e que, por isso, garante, não é opção para os madeirenses.
“Temos bons desempenhos financeiros, boas contas públicas e conseguimos o alívio fiscal” aos madeirenses.
O deputado disse que o PSD não entra em loucuras e que promove uma governação responsável.