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Candidatos presidenciais prometem mudanças económicas e sociais numa Venezuela em crise

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Foto EPA

Mudança económica e social, combate à corrupção e ajuda aos desfavorecidos estão entre as propostas dos dez candidatos às eleições presidenciais venezuelanas do próximo domingo.

Candidato à reeleição para um novo mandato de seis anos, o atual Presidente, Nicolás Maduro, promete transformações na economia inspiradas nas ideias do falecido líder socialista Hugo Chávez e contidas no programa Plano da Pátria, mudando para um modelo produtivo completamente diferente.

Melhorar o modelo de coexistência e de usufruto dos direitos humanos, atenção à ecologia para combater as alterações climáticas, renovação do modelo humanista de proteção, uma nova geopolítica e repolitização são algumas das suas propostas, que incluem ainda a segurança e integridade territorial, a salvaguarda e o desenvolvimento da Guiana Essequiba, território em disputa com a vizinha Guiana.

Edmundo González, da coligação opositora Mesa de Unidade Democrática (MUD), substituto de María Corina Machado e tido como principal candidato da oposição, promete que a primeira coisa que o seu governo fará é reconciliar os venezuelanos e criar uma lei de perdão para os presos políticos.

Diz que é preciso um grande esforço para "pôr de novo o país em marcha", que "há muitas coisas para arranjar", entre elas o salário dos venezuelanos, pensões dignas para os idosos e facilidades para recompor e captar novos investimentos para o país.

Promete que um dos eixos fundamentais da sua ação de governo será o combate à corrupção e quer que as pessoas não precisem levar até os medicamentos quando são atendidas nos hospitais públicos.

O pastor evangélico e deputado do partido Câmbio, Javier Bertucci, promete reduzir imediatamente o Estado para fazê-lo mais pequeno e eficiente, supervisor, mas não controlador de uma economia que deve ser mais manejável.

Quer melhores salários para os venezuelanos, que atualmente gastam tudo o que ganham na alimentação. Diz que o país não pode continuar 'dolarizado' - quando o dólar norte-americano é aceite a par da moeda local -, porque não tem reservas económicas suficientes e que é importante recuperar a soberania económica, em particular o valor do bolívar.

Antonio Ecarri, do "Alianza del Lápiz", advogado, promete convocar um grande pacto de Estado e atender à gravíssima situação em que vivem as crianças e idosos, criando cantinas em todas as escolas e combatendo a pobreza.

Por outro lado, quer baixar os impostos para estimular os investimentos e atender a emergência do setor da saúde.

A primeira medida do empresário e comediante Benjamín Raússeo, do partido Conde, será "atender as pessoas" e impulsionar um governo sério que garanta segurança jurídica para que haja investimentos no país. Promete atenção prioritária aos setores da produção, da energia e alimentar.

Quer que sejam os venezuelanos a determinar em qual moeda, dólar ou euro, farão as suas transações e defende que deve ser o banco central e não os governos de turno a fixar políticas monetárias para o país.

Luis Eduardo Martínez, do partido "Acción Democrática", deputado e reitor da Universidade Tecnológica del Centro, promete que no primeiro dia do seu governo decretará um aumento geral de salários, reformas e pensões, para que os venezuelanos possam viver decentemente.

Quer eliminar os impostos às transações financeiras, reduzir o IVA e o IRS e regular as taxas municipais.

O ex-presidente da câmara municipal de San Cristóbal, Daniel Ceballos, do partido Arepa Digital, quer transparência na petrolífera estatal e recuperar a economia, que diz ser o problema mais urgente que afeta a Venezuela. Quer ainda ver o bolívar estável.

José Brito, do partido "Primero Venezuela" promete convocar um conselho consultivo para debater um plano económico para o país, acabar com o velho modelo rentista dependente do petróleo e aumentar a capacidade de produção da petrolífera estatal.

O ex-vicepresidente do Conselho Nacional Eleitoral, Enrique Márquez, do partido "Centrados en la Gente" quer melhorar as condições dos trabalhadores e acabar com a carga impositiva do Estado sobre os empresários. Promete "abrir a economia", ativar créditos e reduzir o valor da reserva legal dos bancos.

O ex-candidato presidencial e sociólogo Claudio Fermín, do partido Político Soluciones, promete integração reconciliação para os venezuelanos, reduzir a conflituosidade política, aumentar a produção e melhores condições para os trabalhadores, para cabar com a fome e o desemprego.

Quer acabar com as expropriações e confiscações e o assédio à propriedade privada.