O saber de quem move o mundo
A tecnologia que hoje consideramos comum é o resultado de anos de pesquisa, desenvolvimento e inovação. Cada nova invenção ou melhoria em dispositivos existentes é fruto do esforço coletivo de cientistas, engenheiros, programadores e muitos outros profissionais que trabalham incansavelmente para superar desafios e expandir as fronteiras do conhecimento humano.
Imaginem um mundo onde tudo simplesmente funciona por magia, onde o capital se multiplica sozinho e as infraestruturas se autossustentam sem intervenção humana. Este é o mundo dos sonhos infantis, onde a complexidade da vida adulta ainda não se impõe. Na realidade, a entropia – essa força implacável que tudo degrada e destrói – exige um esforço constante de combate.
Manter a sociedade em funcionamento é um desafio permanente, uma tarefa monumental que requer mais do que apenas recursos; exige pessoas qualificadas, dedicadas e, acima de tudo, bem informadas.
O conhecimento é o coração pulsante deste esforço. Não é apenas saber o que fazer, mas como fazer, como consertar, como inovar. É um tipo de conhecimento que não se adquire nos livros, mas sim através da experiência diária, da prática constante e da perseverança. É este saber prático que mantém as nossas cidades iluminadas, os nossos sistemas de transporte a funcionar e a nossa tecnologia operante. Sem esta habilidade prática, a nossa sociedade desmoronaria devido à sua própria complexidade.
A experiência está intimamente ligada ao conhecimento. A experiência é desenvolvida nas oficinas, laboratórios e campos de trabalho. É o resultado de muitas tentativas, erros e acertos que forma profissionais prontos para lidar com desafios imprevistos. A experiência é um professor exigente, mas justo, que ensina a importância da adaptação e da inovação. Uma sociedade que valoriza e incentiva a experiência tende a ser mais resiliente e capaz de se reinventar diante das dificuldades.
E o estudo? Ah, o estudo é a base sobre a qual se ergue todo o edifício do conhecimento. É o estudo que desafia o desconhecido, que se aventura nas fronteiras do saber. É o estudo que descobre as leis ocultas da natureza, que desvenda os mistérios do universo e que desenvolve as tecnologias que transformam a vida. O estudo exige rigor, dedicação e, acima de tudo, liberdade.
A liberdade académica é essencial para que as ideias floresçam, para que a ciência avance sem amarras.
O saber, ao contrário do que dizem, ocupa lugar – um lugar central e indispensável na nossa sociedade. O saber é a força motriz que nos tira da estagnação, que combate a entropia e que nos impulsiona rumo a um futuro melhor. É preciso reconhecer e valorizar o conhecimento em todas as suas formas: o “saber fazer”, o “saber aprender”, e o “saber descobrir”.
Não subestimemos a importância do conhecimento, pois ele não surge por magia, mas sim através de um esforço contínuo e coletivo. Depende de cada um de nós, do nosso empenho, da nossa curiosidade e da nossa vontade de melhorar. E, afinal, é esse saber que realmente move o mundo.
José Augusto de Sousa Martins