“O Porto Moniz é, desde há muito, uma bandeira turística consagrada da nossa Região”
Representante da República para a Madeira na Sessão Solene do Dia do Concelho
“O Porto Moniz é, desde há muito, uma bandeira turística consagrada da nossa Região Autónoma”. O reconhecimento é do Representante da República para a Madeira, proferido na intervenção que encerrou a Sessão Solene Comemorativa do Dia do Concelho do Porto Moniz.
“Visitado, todos os dias do ano, por um número de turistas que ultrapassa, não raramente, a dimensão da população residente”, Ireneu Cabral Barreto admitiu que o Concelho do extremo Noroeste da Madeira “será, portanto, talvez o melhor local para reflectir sobre a nova realidade turística da Região. E olhar para esse paradoxo que é, numa Região cuja principal preocupação é, há pelo menos dois séculos, conseguir atrair viajantes, muitos agora acharem apressadamente que temos visitantes em excesso”.
Ciente que “não será possível replicar o perfil do turista de há 30 anos para o volume de visitantes que hoje recebemos”, entende que “hoje temos de perguntar o que podemos fazer para evitar a degradação da nossa terra e a saturação da nossa população, desde sempre tão hospitaleira”, questionou. “Continuar a fazer bem o que sempre fizemos” é para o Representante da República o desafio. Porque “se não o fizermos, perderemos a nossa alma e a nossa identidade, e perderemos, seguramente, o interesse de quem hoje nos quer visitar”, adverte. Sustenta por isso que “a estratégia certa será agir sempre, e em todas as circunstâncias, para defesa da nossa integridade e da nossa autenticidade. Prevenindo os excessos, decorrentes de mau comportamento, ganância ou falta de planeamento, e garantindo a sustentabilidade da nossa casa comum e do nosso futuro como sociedade”. Mas não só. “Disciplinando o acesso aos pontos turísticos mais apetecíveis, criando soluções imaginativas e responsáveis, mas continuando a receber, como temos feito, com a gentileza e alegria, aqueles que nos visitam”. É que para Ireneu Barreto, “mesmo diversificando a nossa economia, o turismo será essencial para garantir o nosso bem-estar e o nosso futuro”.
Grato por há mais de uma década presidir à Sessão Solene do Dia do Concelho do Porto Moniz, “celebrações que melhor se celebra a importância das autarquias locais, e dos municípios em particular”, não deixou de registar “o sucesso do Poder Local e da Autonomia Regional, nascidos de Abril e defendidos pela Constituição da República Portuguesa, permitiram à nossa comunidade beneficiar, no espaço de poucos anos, de tantos e tão notáveis progressos”.
Oportunidade para reconhecer “o muito que foi feito pelas entidades públicas, Governo Regional, Câmara Municipal e Juntas de Freguesia”, e, paralelamente, “os muitos benefícios que a Democracia e Liberdade nos trouxeram”.
E porque “o Porto Moniz é o concelho com menor população” da Região Autónoma, “e o mais periférico da ilha da Madeira, porque mais distante dos grandes centros urbanos e das grandes infra-estruturas públicas”, para o Juiz Conselheiro “merece e justifica, portanto, uma particular atenção de todos os poderes públicos”.
Aproveitou para dar nota que aprovados que estão o programa de Governo e o novo orçamento da Região Autónoma, a publicar nos próximos dias, “depois das vicissitudes de todos conhecidas, é agora o momento de procurarmos a estabilidade necessária para servir a comunidade, como se exige a todos os poderes públicos, e relançar a confiança dos agentes económicos e da população em geral”, desejou. Pese embora “o tempo complexo que vivemos obriga, a todos os níveis da intervenção política, à necessidade do diálogo e à procura de soluções negociadas”, reconhece, o que não invalida assumir a “expectativa e a esperança de que, também ao nível das relações entre o poder regional e o poder local, se consigam encontrar respostas novas para problemas antigos”, disse.