Alguns taxistas andam a sabotar os TVDE’s na Madeira?
Na segunda-feira a minha mãe tinha uma consulta às 17:30 no Hospital dos Marmeleiros. Como ela tem ela tem problemas em viajar de autocarro, a melhor alternativa para nós são os serviços TVDE.
Às 17:00 fiz o primeiro pedido pela Bolt para fazer a viagem. Resultado: nenhum veículo TVDE disponível, só havia um táxi na categoria Van (8 lugares), que é das mais caras. Então tentei fazer o pedido na app concorrente, a RUMUS. Resultado igual, nenhum veículo disponível. E eu que achava que graças à queda da proteção inconstitucional aos taxistas, feita pelo governo regional ao estilo comunista, tínhamos passado a ter mais viaturas TVDE na região...
Voltei à Bolt e, por não ter alternativa, contratei às 17:06 o serviço através de um táxi. O taxista aceitou o pedido e começou a deslocar-se desde o centro do Funchal até à minha casa. Esperei uns minutos e quando ele estava a uns 500m da minha casa, ele desviou-se da rota e começou a voltar ao Funchal. Tentei contactá-lo por mensagem, tentei ligar, mas nada resultou. Fui forçado a cancelar aquele serviço porque ele estava claramente a brincar em serviço. Com isso perdi mais de 11 minutos.
Às 17:24 tentei contratar um TVDE que finalmente apareceu disponível. O motorista aceitou, mas logo a seguir cancelou a viagem. Fiz novo pedido e aconteceu o mesmo. Fiz ainda mais 2 pedidos sem sucesso, ou seja, 4 pedidos aceites e cancelados em segundos.
Às 17:25 fiz novo pedido de serviço, para um táxi, até porque eu já não tinha alternativa para poder chegar ao hospital a tempo da consulta. Esse pedido foi aceite por uma jovem taxista. Ela chegou à minha casa às 17:36 e chegamos ao hospital às 17:41. Apesar do atraso, por sorte a minha mãe não perdeu a consulta.
Situações como esta já aconteceram comigo por diversas vezes na região e sempre com taxistas, levam a questionar se haverá destes infiltrados nas plataformas TVDE para sabotar as mesmas, causando danos qualitativos nos serviços. Felizmente há exceções, como a taxista em questão, que prestou um excelente serviço através da Bolt.
Fica então as questões: a região precisa de serviços competentes naturalmente regulados pelo mercado, ou precisa de legislação discriminatória que servirá apenas para proteger alguns indivíduos incompetentes que não respeitam nem a sua própria classe profissional? Os condutores de TVDE também não são residentes que trabalham e têm família na região? É melhor um cliente aceder a um serviço de transporte sabendo à partida quanto irá pagar, ou sujeitar-se aos preços que alguns taxistas bem entendem? Os turistas, jovens em cada vez maior número, quando chegam à região vão procurar um táxi, ou abrem as app's UBER, BOLT, etc., tal como fazem nas outras regiões realmente desenvolvidas? Até quando vamos ter de sujeitar-nos a esperas intermináveis por um serviço que devia ser rápido e eficiente? Vamos continuar a apoiar este monopólio nos transportes por mais quanto tempo? Porque a região tem de estar sempre na cauda da evolução em vez de abraçar o século XXI?
Marco Andrade