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Finalmente o Orçamento Regional de 2024

Normalmente o Orçamento Regional é apresentado na Assembleia Legislativa da Madeira no começo do Outono, mais propriamente no mês de Outubro e com discussão no mês seguinte, de modo a ser publicado em Dezembro e entrada em vigor logo no início do ano seguinte. O orçamente deste ano, sem qualquer explicação, só foi apresentado já no mês de Fevereiro e como houve uma “investigação”, logo de seguida, que considerou Miguel Albuquerque como ARGUIDO. Imediatamente dois partidos, o Partido Socialista e o Chega, apresentaram uma Moção de Censura, porque o Presidente do Governo Regional deveria demitir-se de imediato e não continuar agarrado ao poder que nem uma lapa.

Bem, a partir daí foram as cenas que toda a gente sabe: Uma vergonha. Albuquerque tenta “comprar” uma maioria a qualquer preço, havendo dois partidos que logo se recusaram a apoiar o PPD. Os restantes partidos disseram logo que só apoiariam a maioria relativa desde que Miguel Albuquerque deixasse de ser o candidato a Presidente do Governo Regional. Aguentaram-se algum tempo com esse palavreado, porque não passou disso e o primeiro a ceder foi o PAN (que de PAN, nada tem) porque o PPD prometeu dar-lhe alguns rebuçados…. É caso para nos lembrarmos daquela frase popular: “ todos os burros comem palha, o que é preciso, é saber dar-lha” e o PPD soube… O Chega, que segundo corria pela cidade, estava a ser chantageado, por causa de uma cena de um aval do Governo que se passou há alguns anos com um familiar de um dos deputados do Chega na Assembleia Legislativa da Madeira, mantinha-se, aparentemente firme como uma pedra de areão, até que um dia, de um momento para outro desfez-se em elogios ao PPD. Será verdadeiro este “boato”? Há quem diga que a certeza com que Albuquerque falava numa maioria a apoiá-lo é a prova que não era “boato”…..

Apesar de falarem nisso o líder regional do Chega dizia sempre que, com Albuquerque não queria nada. Até que houve aquelas cenas no Salão Nobre do Governo e certamente outras conversas particulares em que o Chega começou desdizer-se, afirmando que não era por eles que não haveria orçamento. Notava-se um amolecer do Chega, que acabou por demonstrar que votar nesse partido era o mesmo que votar no PPD. Miguel Albuquerque tinha contrariado o seu líder nacional, Luís Montenegro, chamando o Chega para a sua ilharga. Entretanto o orçamento deu entrada na Assembleia os três partidos que o apoiaram, começaram logo a tentar justificar o sentido de votação que iriam tomar. Assim o orçamento foi aprovado na generalidade em, que uma deputada do Chega votou contra e o seu líder anunciou que haveria disciplina de voto para que não acontecesse o mesmo na sua votação Global, depois da votação na especialidade.

Curiosamente na Sexta Feira passada, dia marcado para as votações, a referida deputada do Chega, “sentiu-se mal” e não compareceu no Plenário. No meio disto tudo e seria interessante fazer esse exercício de voltar a ler e a ouvir, novamente, a comunicação social que passou o tempo todo a dizer que Governo não fazia isto nem aquilo porque não tinha orçamento e dando a entender que a culpa era da OPOSIÇÃO, quando na realidade a responsabilidade, era, exclusivamente, do senhor Governo Regional.

Aguardemos mais uns dias para ver o que vai acontecer. O Chega disse que iria deixar passar o orçamento porque o Governo Regional iria permitir a pesca do Atum nas Selvagens, mas durante a discussão do orçamento o governo veio dizer que “iria fazer um estudo sobre isso”, ou seja, já poderemos concluir que a pretensão o Chega não passou disso mesmo. Aguardemos para o fim deste ano os novos capítulos, quando for discutido o orçamento para 2015.