Líder republicano da Câmara dos Representantes exige demissão de Biden
O líder republicano da Câmara dos Representantes, Mike Johnson, pediu hoje a demissão "imediata" do Presidente, logo após Joe Biden anunciar a desistência da corrida eleitoral às presidenciais de novembro no país.
"Se Joe Biden não tem capacidade para se candidatar às eleições presidenciais, também não tem capacidade para exercer o cargo de Presidente. Deve renunciar imediatamente", afirmou Johnson na rede social X, na primeira reação de um legislador republicano ao abandono de Biden, que deu o seu apoio à candidatura da vice-presidente Kamala Harris.
O líder da Casa Branca, de 81 anos, cuja condição de saúde tem vindo a ser questionada, indicou que vai explicar nos próximos dias a sua decisão num discurso à nação.
Biden declarou hoje "apoio total e recomendação" da sua vice-presidente, Kamala Harris, como candidata presidencial do Partido Democrata às eleições presidenciais, pouco depois de ter anunciado a sua desistência.
"A minha primeira decisão como candidato do partido em 2020 foi escolher Kamala Harris como minha vice-presidente. E tem sido a melhor decisão que tomei. Hoje quero oferecer o meu total apoio e recomendação de Kamala para ser a candidata do nosso partido este ano", lê-se numa mensagem de Biden publicada nas redes sociais.
"Democratas - é altura de nos unirmos e derrotarmos [Donald] Trump (candidato republicano). Vamos a isto", instou na mensagem publicada na rede social X (antigo Twitter) dirigida aos democratas e que inclui uma foto dos dois dirigentes máximos dos EUA.
Outros eleitos democratas reforçaram a mensagem de Johnson contra a permanência de Biden na Casa Branca. "Se o Partido Democrata considerou Joe Biden inapto para se candidatar à reeleição, ele certamente não é apto para controlar nossos códigos nucleares. Biden deve renunciar ao cargo imediatamente", afirmou o deputado republicano Tom Emmer na rede social X.
Também hoje, antes do anúncio do abandono do candidato adversário, Mike Johnson admitiu a hipótese de recurso contra a substituição de Joe Biden como candidato dos democratas para as presidenciais de novembro, por violação da lei eleitoral.
Quando o candidato republicano Donald Trump recolhe o favoritismo para voltar à Casa Branca, graças ao bem-sucedido debate televisivo contra Biden e à tentativa de assassínio de que foi alvo, analistas políticos norte-americanos creem que um possível novo candidato democrata poderá levar a uma reviravolta nas sondagens.
Neste cenário, Johnson defendeu na CNN, ainda antes do anúncio oficial do abandono de Biden da corrida eleitoral, que a substituição do recandidato Biden à presidência poderia representar uma violação da lei eleitoral em alguns estados do país, uma vez que o atual Presidente venceu as eleições primárias do seu partido. "Cada Estado tem o seu próprio sistema eleitoral. Está no nosso sistema constitucional. É assim que as coisas são feitas. E, em alguns desses estados, isso pode ser um sério obstáculo", argumentou Johnson.
O republicano recordou que 14 milhões de pessoas escolheram Biden nas primárias, acrescentando que será "interessante ver se o chamado 'partido da democracia' acaba por colocar um substituto depois de se reunir secretamente na sala dos fundos".