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Joe Biden abandona corrida presidencial

FOTO MICHAEL REYNOLDS/EPA
FOTO MICHAEL REYNOLDS/EPA

O Presidente norte-americano, Joe Biden, anunciou hoje o abandono da corrida às eleições presidenciais de novembro. "Acredito que é do interesse do meu partido e do país que me afaste e me concentre apenas em servir como Presidente durante o resto do meu mandato", disse o político democrata em comunicado de imprensa.

O líder da Casa Branca de 81 anos, cuja condição de saúde tem vindo a ser questionada, indicou que vai explicar posteriormente a sua decisão num discurso à nação. O líder dos Estados Unidos disse ter tido "a maior honra" da sua vida nas funções que ocupou durante quase quatro anos e que era sua intenção recandidatar-se.

No entanto, Biden cedeu às pressões no seu próprio partido após o seu mau desempenho no primeiro debate televisivo, em junho passado, da corrida à Casa Branca contra o antigo Presidente (2017-2021) e candidato republicano, Donald Trump. Ao longo do debate, Biden pareceu várias vezes ausente e somou erros e hesitações no discurso, levando ao aumento de dúvidas sobre a sua aptidão para um segundo mandato e a que o seu adversário voltasse a descolar nas sondagens.

Dezenas de legisladores e senadores pediram-lhe nos últimos dias que passasse o testemunho às novas gerações do partido devido à sua idade avançada e às dúvidas de que conseguiria enfrentar a campanha.

O Presidente dos Estados Unidos, que está isolado na sua casa em Delaware a recuperar de covid-19, pediu para se esperar pelos próximos dias para mais detalhes sobre a sua decisão. "Por agora, permitam-me expressar a minha mais profunda gratidão a todos aqueles que trabalharam tanto para me ver reeleito", observou, estendendo os agradecimentos "ao povo americano pela fé e confiança" que nele depositou e assinalando os "grandes progressos como nação" alcançados no seu mandato. "Sei que nada disto poderia ter sido feito sem vocês, povo americano. Juntos, superámos uma pandemia que ocorre uma vez num século e a pior crise económica desde a Grande Depressão. Protegemos e preservámos a nossa democracia. E revitalizámos e fortalecemos as nossas alianças em todo o mundo", observou.

Pouco depois de ter anunciado a sua desistência, o Presidente norte-americano, declarou "apoio total e recomendação" à sua vice-Presidente, Kamala Harris, como candidata presidencial do Partido Democrata às eleições presidenciais. "A minha primeira decisão como candidato do partido em 2020 foi escolher Kamala Harris como minha vice-Presidente. E tem sido a melhor decisão que tomei. Hoje quero dar o meu total apoio e recomendação a Kamala para ser a candidata do nosso partido este ano", lê-se numa mensagem de Biden publicada nas redes sociais.  "Democratas, é altura de nos unirmos e derrotarmos Trump. Vamos a isto", instou.

Trump mantém uma vantagem de três pontos percentuais sobre o Presidente norte-americano, o democrata Joe Biden, a pouco mais de três meses das eleições presidenciais, segundo as últimas sondagens. Uma compilação de sondagens publicada pela RealClearPolitics dá ao ex-Presidente republicano e magnata nova-iorquino 47,7% contra 44,7% do seu potencial adversário democrata, com base na média de uma dezena de sondagens concluídas entre 02 e 18 de julho, resultado que está em linha com a distância adquirida por Trump após o debate televisivo entre ambos no final do mês passado.

Sondagens como a da CBS News atribuem a Trump uma vantagem de cinco pontos (52% contra 47%), enquanto apenas a sondagem pública da rádio e televisão dos Estados Unidos, NPR/PBS, dá a Biden uma vantagem de dois pontos (48% contra 50%). Outra sondagem, da ABC News e do Washington Post, deixa ambos empatados tecnicamente com 46%. O portal recorda que, neste mesmo dia há quatro anos, as sondagens davam a Biden, então candidato democrata à Casa Branca, 8,7 pontos percentuais à frente de Trump, que ocupava a Sala Oval nessa altura.