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Madeira

Manuel António diz que a "direcção do PSD-M não fez aquilo que era possível e desejável fazer" para unir o partido

Ex-candidato à liderança social-democrata está na Festa do Chão da Lagoa como "militante base" e falou também da saída de Natércia Xavier, sua apoiante nas 'directas', da liderança da Direcção Regional da Cultura, conforme noticia hoje o DIÁRIO

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Fotos Hélder Santos/ASPRESS

"Não tenho um projecto pessoal de poder. Tenho sentido de missão para corresponder àqueles que pensam que eu posso ajudar o partido e através do partido da Região. É esse o meu único objectivo. Por isso eu não me afasto de ninguém. Eu não tratarei mal ninguém", assegura

"Tenho que ser sincero que, em termos de unir o partido, dar os passos necessários após as internas para estarmos unidos, acho que não. A direcção não fez aquilo que era possível e desejável fazer para esse efeito. Nós, sim, estivemos disponíveis, mas a unidade tem de ser feita a partir da direção que foi mandatada pelos militantes para esse efeito. E depois dos anúncios iniciais que se ia unir, isso de facto não aconteceu. Mas insisto, esta é a festa, vamos conviver uns com os outros e focarmos naquilo que nos une enquanto militantes que estão aqui nesta condição". As palavras são de Manuel António Correia, ex-candidato derrotado à liderança do PSD-M contra Miguel Albuquerque, que está na festa do partido no Chão da Lagoa.

Fazendo questão de salientar que está na Herdade "como militante base e não como oposição interna" - "mas fui a oposição interna" - diz que  as pessoas conhecem o que pensa sobre o partido, a Região e obviamente não é por estar numa festa que irá mudar.

A questão é que hoje estamos numa festa de família, é uma festa que junta os dirigentes e as bases. Este partido precisa cada vez mais estar próximo das bases e eu estou aqui como militante base. E essa é a condição suficiente. E diria mais. Nesta festa, a condição de militante base é a base da militância. É a base da pertença ao partido. Um partido que, independentemente das divisões e das opiniões diferentes e das perspectivas diferentes que cada um tem sobre o partido, temos muito que nos une. Une-nos a social-democracia e a necessidade de unificar o partido para que este partido tenha tanto futuro como tem passado. Manuel António Correia

Sobre a saída de Natércia Xavier, sua apoiante nas 'directas', da liderança da Direcção Regional da Cultura, sendo substituída pelo ex-chefe de gabinete de Albuquerque, conforme noticia hoje o DIÁRIO na edição impressa, Manuel António Correia diz que "isso não ajuda a unir".

Acho que isso é incorrecto no sentido que é unânime, toda a gente diz que a dra. Natércia, a quem presto a minha solidariedade, fez um excelente mandato. E não sendo por questões de mérito, é óbvio que toda a gente sabe porque é que foi afastada. E isso não é bom para o partido, nem é bom para a Região. Eu quase diria que o CDS tem mais pessoas na governação do que aquela parte do partido - e não foi pequena - que nos apoiou. Manuel António Correia

Posto isto, reforça a ideia de que não tem um projecto pessoal de poder.

Eu não estou aqui, nem voltei à militância mais activa porque a militância nunca a deixei, por razões pessoais ou por ambição pessoal. Eu estou aqui porque muitas centenas e milhares de militantes e de cidadãos apelaram para que eu fizesse. E nesse sentido nunca vou pessoalizar as questões. Nunca vou perseguir ninguém só porque não tem a mesma opinião que eu. Também nunca vou premiar alguém que seja menos bom do que outro que não me tenha apoiado. Porque só há o interesse do governo da Região e o interesse do partido é instrumental para servir a Região. Manuel António Correia

Aproveitou a oportunidade para se dirigir às bases: "Aproveito esta circunstância que estou junto das bases para clarificar, deixar claro, que não tenho um projecto pessoal de poder. Tenho sentido de missão para corresponder àqueles que pensam que eu posso ajudar o partido e através do partido da Região. É esse o meu único objectivo. Por isso eu não me afasto de ninguém. Eu não tratarei mal ninguém. Eu não beneficiarei injustificadamente ninguém porque este é um projecto de missão ao serviço da Região".

Terminou dizendo que irá continuar a falar com toda a gente, mas sem abdicar das suas ideias que acha que "são fundamentais para a Região e para o partido".