ONU estima que 80% da população de Gaza esteja deslocada
Cerca de 80% dos residentes da Faixa de Gaza estão deslocados, de acordo com a ONU, cujos responsáveis disseram hoje estar preocupados com as novas ordens de evacuação emitidas pelo Exército israelita.
"Mais de um milhão de pessoas estão novamente deslocadas, em busca de abrigo e segurança, (aumentando) o número de pessoas deslocadas em Gaza para 1,9 milhão", disse a coordenadora humanitária da ONU na Faixa de Gaza, Sigrid Kaag, durante uma sessão no Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Cerca de 2,4 milhões de pessoas vivem no pequeno enclave palestiniano sitiado e bombardeado por Israel desde 07 de outubro de 2023, em retaliação ao ataque sem precedentes do grupo islamita palestiniano Hamas em solo israelita, ocorrido no mesmo dia.
As Nações Unidas estimam que até 250 mil pessoas sejam afetadas pela ordem dada pelo Exército israelita aos civis para saírem de Al-Qarara, Bani Souhaila e outras cidades perto de Khan Yunis, no sul de Gaza.
"Os civis palestinianos em Gaza estão mergulhados num abismo de sofrimento. As suas vidas estão destroçadas. A guerra não só criou a mais profunda das crises humanitárias. Ela desencadeou um turbilhão de miséria humana", acrescentou Sigrid Kaag.
A ajuda está a chegar à Faixa de Gaza em quantidades insuficientes, explicou Kaag, lembrando que a abertura de novos pontos de passagem, nomeadamente no sul do território, é essencial para evitar um agravamento da crise humanitária.
Kaag apelou ainda à comunidade internacional para que faça mais para financiar os esforços de entrega de ajuda aos residentes de Gaza.
A ofensiva do Exército israelita na Faixa de Gaza já fez 37.925 mortos, a maioria civis, segundo os dados mais recentes do Ministério da Saúde de Gaza, tutelado pelo Hamas.
O ataque do Hamas em solo israelita resultou na morte de 1.195 pessoas, a maioria civis, segundo dados oficiais israelitas.
Das 251 pessoas sequestradas durante o ataque de 07 de outubro, 116 ainda estão mantidas como reféns em Gaza, entre as quais 42 estão mortas, segundo o Exército.