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Madeira

PS reafirma que negociações para novo Programa foram uma "farsa"

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Foto Facebook PS-Madeira

O líder do PS/Madeira, Paulo Cafôfo, reafirmou hoje que as negociações com os partidos para o novo Programa do Governo Regional foram uma "farsa" e sublinhou que o que está em causa é uma moção de confiança ao executivo social-democrata.

"O que está aqui em causa não é o Programa do Governo, nem é meter à molhada propostas dos diversos partidos. O que está aqui em causa é a moção de confiança. É a confiança que os partidos têm ou não têm em Miguel Albuquerque e no seu governo", disse, em conferência de imprensa na sede regional do partido, no Funchal.

A nova proposta de Programa do Governo Regional, que resulta de negociações com o Chega, o CDS-PP, a IL e o PAN, será debatida e votada sob a forma de moção de confiança na quinta-feira, dia 04 de julho. O executivo entregou hoje o documento na Assembleia Legislativa.

O PS, o maior partido da oposição regional, e o JPP não participaram nas negociações.

"Como sempre dissemos, as negociações foram uma encenação, foram uma farsa", afirmou Paulo Cafôfo, para logo reforçar: "Os madeirenses vão constatar de que as alterações feitas ao Programa do Governo são ou foram muito poucas."

O líder socialista considerou que se está "na mesma" após as negociações, uma vez que não se sabe "qual o desfecho da votação, nem o sentido de voto dos partidos na moção de confiança".

"É por isso que o Partido Socialista sempre disse que não tinha confiança neste governo independentemente das medidas que fossem inseridas no respetivo Programa", realçou, acrescentando que o PS "não tem confiança e não pode dar o seu voto de confiança a quem não merece essa mesma confiança".

"Se era para os partidos que participaram nesta fantochada justificarem a mentira e as garantias que deram Miguel Albuquerque e partidos de direita - as meias palavras, palavras ditas e desditas -, se era para isto, era escusado terem submetido toda uma região a uma novela que só descredibiliza a política e mina a democracia", declarou.

No passado dia 19, o chefe do executivo madeirense, Miguel Albuquerque, anunciou a retirada do Programa do Governo da discussão que decorria no parlamento madeirense há dois dias e com votação prevista para o dia seguinte sob forma de moção de confiança.

O documento seria chumbado, uma vez que PS, JPP e Chega, que somam um total de 24 deputados dos 47 do hemiciclo (o correspondente a uma maioria absoluta), anunciaram o voto contra.

Neste cenário, o Governo Regional convidou os partidos com assento parlamentar para reuniões visando consensualizar um Programa do Governo. PS e JPP rejeitaram. Após as negociações (sem a presença de Miguel Albuquerque nos encontros), o deputado único da IL informou que iria abster-se e a eleita do PAN mostrou-se disponível para viabilizar a proposta.

Já o Chega remeteu a divulgação do sentido de voto para a votação no parlamento do arquipélago.

Nas eleições regionais antecipadas de 26 de maio, o PSD elegeu 19 deputados, ficando a cinco mandatos de conseguir a maioria absoluta, o PS conseguiu 11, o JPP nove, o Chega quatro e o CDS-PP dois, enquanto a IL e o PAN elegeram um deputado cada.

Depois do sufrágio, o PSD firmou um acordo parlamentar com os democratas-cristãos, ficando ainda assim aquém da maioria absoluta. Os dois partidos somam 21 assentos.

Na conferência de imprensa de hoje, o líder do PS/Madeira rejeitou que o partido constitua uma força de bloqueio e enumerou aquelas que os socialistas consideram ser as reais forças de bloqueio na região autónoma, a começar pelo presidente do parlamento, o centrista José Manuel Rodrigues, que acusou de estar interessado apenas em "mordomias".

Paulo Cofôfo apontou também o presidente do executivo como força de bloqueio, lembrando que é arguido num processo que investiga suspeitas de corrupção no arquipélago. Apesar da presunção de inocência e da vitória nas eleições, acrescentou, "o voto popular não elimina processos judiciais", pelo que "a instabilidade vai continuar".

O líder do PS indicou ainda o Chega como força de bloqueio, considerando ser o "partido do não, do nim e do sim", bem como um partido que "vive do caos".