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A Guerra Mundo

Primeiro-ministro húngaro em Kiev pela primeira vez desde a invasão

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O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, realiza hoje a primeira visita à Ucrânia após a invasão da Rússia, apesar das ligações entre Budapeste e Moscovo e a oposição sobre a ajuda a Kiev. 

O dirigente nacionalista húngaro "chegou a Kiev para encontros com o Presidente ucraniano, Volodimyr Zelensky", disse Bertaland Havasi do gabinete de imprensa de Orbán, citado pela agência de notícias MTI. 

O objetivo, frisou Havasi, é discutir "a possibilidade de se alcançar a paz", acrescentou. 

A Hungria assume neste momento a presidência rotativa do Conselho da União Europeia - durante seis meses - sendo que Viktor Orbán destaca-se dos outros líderes ocidentais sobre a guerra na Ucrânia.

O primeiro-ministro húngaro tem bloqueado regularmente a ajuda militar à Ucrânia e continua a apelar a um cessar-fogo.

No início do ano, o chefe do executivo da Hungria chegou a vetar um pacote de ajuda financeira à Ucrânia de 50 mil milhões de euros, que acabou por ser aprovado após fortes críticas de Kiev.

O líder eurocético húngaro, no poder sem interrupções desde 2010, também se opôs a qualquer discussão sobre a adesão da Ucrânia à União Europeia (UE), considerando que o país "não está preparado".

Na cimeira de líderes da UE, em dezembro de 2023, concordou finalmente em abandonar o assunto, enquanto os seus 26 homólogos decidiram abrir negociações de adesão com Kiev.

Na segunda-feira, o Presidente da Ucrânia felicitou a Hungria pelo início da Presidência da UE e disse esperar que o país promova "valores, objetivos e interesses europeus comuns".

Viktor Orbán mantém-se próximo da Rússia e do Presidente Vladimir Putin, com quem o Ocidente cortou relações desde o início da guerra na Ucrânia em 2022.

A Rússia continua a ser uma fonte importante das necessidades energéticas da Hungria.

O líder húngaro também desaprova as sanções europeias votadas contra a Rússia e está a tentar atenuá-las, sem no entanto as bloquear totalmente.

Viktor Orbán descreveu várias vezes a invasão russa da Ucrânia de 20222 como uma "operação militar", utilizando a expressão imposta pela Presidência russa tendo-se reunido com Vladimir Putin em Pequim, em outubro de 2023, para discutir temas relacionados com a cooperação energética.