Wall Street cai com problema informático a reforçar saída do sector tecnológico
A bolsa nova-iorquina encerrou hoje em queda, depois de uma rotação de investimentos em detrimento do setor da tecnologia, amplificada pela avaria informática que semeou o caos em várias empresas no mundo.
Os resultados definitivos da sessão indicam que o índice seletivo Dow Jones Industrial Average cedeu 0,93%, o tecnológico Nasdaq perdeu 0,81% e o alargado S&P500, que terminou hoje a sua pior semana desde abril, recuou 0,71%.
Uma inédita avaria informática fez "estremecer" hoje uma parte d economia mundial, por causa de uma atualização defeituosa de um programa informático antivírus do grupo norte-americano de cibersegurança CrowdStrike nos sistemas de exploração Windows, da Microsoft.
Aviões em terra, confusão nos aeroportos, encerramento de hospitais, perturbação nos transportes urbanos na Europa, ... O problema informático causador desta crise foi identificado e corrigido, indicou a CrowdStrike, mas numerosas empresas ainda continuavam com problemas na sexta-feira à noite.
O título da CrowdStrike fechou a perder 11,10% e o da Microsoft 0,74%.
O problema afetou o setor aéreo em todo o mundo. Os títulos das principais transportadoras norte-americanas, que estiveram com perdas durante quase toda a acessão, acabaram por recuperar, como a Delta (+1,18%) e a United (+0,13%). Mas durante o dia foram anulados cerca de 2.400 voos só nos EUA.
"Este problema foi um grande fator" da baixa que hoje se verificou, comentou Tom Cahill, da Ventura Wealth Management, questionado pela AFP.
"A semana foi bem tumultuosa", apontou, quando as rotações dos investimentos, a saírem dos grandes títulos da tecnologia, a fazerem cair o Nasdaq cerca de quatro por cento, em termos semanais.
Segundo Tom Cahill, o problema informático "reforçou esta rotação", que aproveitou ao Russell 2000, o índice das pequenas e médias capitalizações, que teve uma valorização semanal de 1,7%.
Por apreender na totalidade está o efeito do nervosismo que paira no ambiente bolsista relativo ao clima eleitoral nos EUA.
Em particular, quando este nervosismo ocorre em um mercado "que está inclinado a sofrer uma correção desde há muito", apontou Cahill.