Contenta-te com o que tens

É este o lema das pessoas mais velhas quando alguém jovem reclama do trabalho ou da vida em geral. O facto de ter um trabalho que enaltece o pior de mim não é para se contentar, é para fugir desse sítio e procurar um emprego que exalte o melhor das pessoas.

Se contentar é ser um humano triste e frustrado, e desses já temos muitos. Nunca vos aconteceu ir a um serviço público e ser mal recebido por um funcionário de trombas e mal-educado? A mim já, e inúmeras vezes. Ora aqui está o típico se contentar com o que tem.

Essas pessoas não gostam do que fazem, não foram incentivadas a ser melhor, decerto queriam ser profissionais reconhecidos e valorizados e nunca o foram.

Contentaram-se e estão há anos na mesma situação precária.

Podemos especular que essas pessoas não deram os passos necessários para serem mais e melhor na vida profissional, mas é aqui que entra em cena a célebre frase, contenta-te com o que tens!

Este pensamento está profundamente enraizado na sociedade que muitas pessoas não percebem o derrotismo que o acompanha. Contentar-se não traz felicidade nem satisfação profissional, nem pessoal para o que vale. Não me contento e pronto! Vou continuar a procurar um emprego que me dê a alegria de acordar ao pensar que vou trabalhar e a felicidade de chegar ao emprego e ver os colegas a sorrir e a desejarem um bom dia em alto e bom som. Quero um emprego que enalteça o que tenho de bom enquanto ser humano; que me incite ajudar o próximo; que me incentive a perdoar; que promova o bem-estar e que detenha uma cultura saudável de comprometimento com os colaboradores e com a sociedade; que se preocupe com a sustentabilidade; que eu possa opinar e discordar; um emprego que me faça feliz… Não me contento e pronto!

N. Nunes