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IDEIA apresenta espécime bibliográfico raro

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O IDEIA – Investigação e Divulgação de Estudos e Informação sobre a Autonomia apresentou esta sexta-feira, 19 de Julho, por ocasião do Dia da Assembleia Legislativa da Madeira, espécimes bibliográficos raros do seu acervo.

Em destaque esteve a obra doada pelo presidente do Parlamento madeirense, José Manuel Rodrigues, intitulada 'Quinto Centenário do Descobrimento da Madeira' – Publicação Comemorativa, coord. de Pe. Fernando Augusto da Silva, Funchal, Comissão de Propaganda e Publicidade do Centenário (Tip. Bazar do Povo), 1922 (dezembro), 62 pp.

No exemplar, restaurado pela Direcção Regional do Arquivo e Biblioteca Pública da Madeira, surge a versão do texto ‘A Autonomia da Madeira’, que se configura “como a mais completa e estruturada, com a vantagem de ter sido provavelmente publicada sob a direção de Pestana dos Reis. Antes, houve a versão apresentada pelo autor na reunião de 16 de dezembro do mesmo ano (1922), assembleia convocada por Fernando Tolentino da Costa, Presidente da Comissão Executi­va da Junta Geral, conforme relatada na imprensa da época, nomeadamente no Diário de Notícias do Funchal (a 17 de dezembro de 1922)”.

“Se não a versão original, esta é, sem dúvida, a primeira versão impressa em forma de livro e, assim, certamente a mais apurada e conclusiva sobre o projeto de Manuel Pestana dos Reis para a nossa Autonomia”, explicou Marcelino de Castro, coordenador do IDEIA. O livro faz uma síntese das comemorações do quinto centenário do descobrimento da Madeira.

A apresentação, que esteve a cargo do coordenador do IDEIA, aconteceu no âmbito das comemorações do Dia da Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira.

À obra doada pelo presidente da Assembleia Legislativa da Madeira juntam-se outras publicações raras:

Constituição Política da Monarchia Portugueza, Lisboa, Imprensa Nacional, 1822, a primeira edição, oficial e nacional, em cujo corpo constituinte participaram já três deputados eleitos na Madeira, Maurício José de Castelo Branco Manuel, Francisco João Moniz e João José de Freitas Aragão. Nota Marcelino de Castro que “é aqui que, no seu Título II, ‘Da Nação Portugueza, e seu Território, Religião, Governo e Dynastia’, Capítulo Único, Artigo 20.º, se diz que “A Nação portuguesa é a união de todos os Portuguezes de ambos os hemisferios”, acrescentando-se que o seu “território forma o Reino-Unido de Portugal, Brasil e Algarves”, compreendendo “na Europa, o reino de Portugal, que se compõe das províncias do Minho, Trás-os-Montes, Beira, Extremadura, Alemtejo, e reino do Algarve, e das ilhas adjacentes Madeira, Porto Santo, e Açores” (ortografia da época). Op. cit., Lisboa, Imprensa Nacional, 1822, pp. 10 e 11.

Documentos para a Historia das cortes Geraes da Nação Portugueza. Coord. Auctorisada pela Câmara dos Senhores Deputados. Lisboa. Imprensa Nacional. 1889-1891. 8 vols. In-4.º gr. E.

Marcelino Castro considera que esta é uma publicação “de grande e primacial interesse para a história parlamentar portuguesa do século XIX, de que foram elementos ativos parlamentares madeirenses, pela enorme massa de documentos reunida, abrangendo o período decorrido de 1820 — com os sucessos políticos da Revolução Liberal a 24 de agosto de 1820, no Porto — a 31 de dezembro de 1831, referentes a um importantíssimo e dramático período da vida portuguesa”. Em folhas litografadas desdobráveis de grande formato, o 5.º volume apresenta um valioso mapa representando a ‘Defeza Maritima da Cidade do Funchal em 1828’, uma preciosa ‘Carta Geo-Hydrographica da Bahia de Machico, em que desembarcaram as tropas de D. Miguel em 22 de agosto de 1828’; uma vista da ‘Ilha da Madeira’ e uma ‘Vista da villa de Machico’”. A obra encontra-se no fundo documental do IDEIA, “que será registado, carimbado nos lugares usuais e catalogado, e pertencerá, em especial, a um núcleo reservado de obras raras e de grande alcance e importância para o estudo da nossa Autonomia”, sublinhou o coordenador do IDEIA;

Comércio do Funchal 1970-1975

Trata-se de uma coleção completa, encadernada, do Importante Jornal Madeirense ‘Comércio do Funchal’, entre 1970 e 1975, “justamente o período que mais nos interessa para o estudo da conquista da nossa Autonomia Regional, que veio depois a ser consagrada na Constituição de 1976”, notou Marcelino de Castro;

Bibliotheca Lusitana, de Diogo Barbosa Machado, Coimbra. Atlântida Editora. MCMLXV - MCMLXVII). IV Tomos em 4 vols. 20x28 cm.; Edição fac-similada, conforme a primeira, publicada em 1741, “obra igualmente há muito esgotada e de grande utilidade como Repertório Bibliográfico”;

Dicionário Bibliográfico Português, de Inocêncio Francisco da Silva, importante repertório biobibliográfico, na reimpressão da Imprensa Nacional (24 volumes).

O IDEIA, assumindo-se como um espaço de excelência para o estudo e a reflexão sobre as grandes questões e inquietações autonómicas, não poderia deixar de conferir ao livro o lugar de centralidade que lhe é devido enquanto reservatório da História, da Cultura, da memória e da identidade de um povo.