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Pelosi alertou Biden em privado que perderá para Trump se continuar na corrida

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A ex-presidente da Câmara dos Representantes norte-americana e influente líder democrata, Nancy Pelosi, alertou o Presidente Joe Biden que não conseguirá derrotar Donald Trump nas presidenciais e perderá o Congresso para os republicanos, noticiou hoje a CNN.

Esta conversa privada somar-se-ia àquelas que Biden também manteve nos mesmos moldes com os líderes democratas no Senado, Chuck Schumer, e na Câmara dos Representantes, Hakeem Jeffries -- o sucessor de Pelosi.

Tanto Schumer como Jeffries alertaram Biden que a sua candidatura põe em perigo a atual maioria democrata no Senado e dificulta a recuperação da Câmara dos Representantes, segundo o The Washington Post.

"A reunião [entre Schumer e Biden] discutiu sondagens recentes, o Partido Democrata e para onde está a ir", indicou uma fonte próxima do líder democrata no Senado, dizendo que a conversa "foi baseada nos problemas recentes enfrentados pelo Presidente".

Estas três conversas ocorreram na semana passada, antes da tentativa de assassínio contra o ex-presidente Donald Trump, mas só nas últimas horas é que foram divulgadas aos meios de comunicação norte-americanos.

A pressão sobre Biden para renunciar à sua candidatura e abandonar as suas aspirações à reeleição cresceu desde o debate presencial no final de junho com o seu rival republicano, do qual o líder democrata saiu com a imagem gravemente prejudicada.

Pelo menos 23 legisladores democratas (22 congressistas e um senador) pediram publicamente a Biden que renunciasse à sua candidatura e entregasse a nomeação a outra pessoa, mas o Presidente tem sido persistente na sua intenção de continuar na corrida à Casa Branca.

Biden afirmou numa entrevista à BET News, publicada na quarta-feira, que reconsideraria a sua decisão de continuar a campanha para as eleições de novembro se um médico lhe diagnosticasse um problema de saúde grave.

Quando questionado sobre as circunstâncias o levariam a reconsiderar a sua permanência na corrida eleitoral, Biden respondeu: "Se surgisse uma condição médica, se os médicos viessem dizer-me que tenho este ou aquele problema".

Esta foi a primeira vez que Biden deixa a porta aberta à possibilidade de renunciar à sua candidatura presidencial face à crescente pressão que tem enfrentado dentro do partido para o fazer, à qual até agora tem respondido de forma desafiadora.

O congressista norte-americano Adam Schiff juntou-se na quarta-feira aos eleitos do Partido Democrata que se opõem a que Joe Biden dispute as eleições presidenciais deste ano contra o republicano Donald Trump.

"Uma segunda presidência de Trump minaria os próprios fundamentos da nossa democracia, e tenho sérias preocupações sobre a capacidade do Presidente de derrotar Donald Trump em novembro", afirmou o influente congressista, eleito pelo estado da Califórnia, num comunicado citado pelo jornal Los Angeles Times.

Uma nova sondagem do AP-NORC Center for Public Affairs Research, realizada no momento em que Biden tenta salvar a sua candidatura, prejudica fortemente o seu argumento pós-debate contra Trump de que os "democratas médios" ainda estão com o Presidente, mesmo que alguns "grandes nomes" se estejam a virar contra a recandidatura.

A sondagem, publicada duas semanas após o fracasso do debate, concluiu também que apenas três em cada 10 democratas estão extremamente ou muito confiantes de que Biden tem capacidade mental para exercer eficazmente as funções de Presidente, uma ligeira descida em relação aos 40% de uma sondagem da AP-NORC realizada em fevereiro.

A pouco menos de quatro meses do sufrágios, a generalidade das sondagens dão Trump à frente tanto na contagem geral como em todos os estados-chave, com uma vantagem significativa no Colégio Eleitoral.

Estas sondagens, no entanto, mostram a maioria dos candidatos democratas ao Congresso com números melhores do que Biden, por isso muitos estão confiantes de que um candidato diferente à Casa Branca ainda teria hipóteses de derrotar Trump.