“As palmeiras cresceram qualquer coisa, mas o mar é o mesmo. E o que interessa é o mar”. Foi desta forma que Manoel de Oliveira descrevia o seu regresso ao Porto Santo, quando corria o ano de 2008.

O realizador português regressava à ilha dourada para aproveitar um período de férias e “escrever pensamentos”. O realizador esteve em 2007 na ilha, onde filmou parte do filme ‘Cristóvão Colombo – O Enigma’ e prometeu voltar para desfrutar do clima.

O cineasta daria uma entrevista ao DIÁRIO, publicada posteriormente na Revista MAIS, em Agosto. Falando sobre o filme, que termina no Porto Santo, conta que foi feito “com grande sacrifício pessoal” e com a “muita ajuda logística” dada por muitas câmaras municipais, como a local. “Hoje os produtores não arriscam nada. Têm de ter o dinheiro todo. E eu até sacrifiquei honorários para que o filme pudesse ser filmado”, lamentava.

“Os filmes repetem-se, batem no mesmo ponto, são apressados, exagerados e dominados por sexo pelo sexo e a violência pela violência... e não dão tempo para pensar!”, referia o realizador português em relação ao que considerava ser o "cinema industrial" que vinha a ser feito mais recentemente. 

Essa era uma mágoa que guardava em relação ao cinema, pois considerava que "levou milhões de anos ao ser humano para chegar à inteligência e ao pensamento, para agora, de certo modo, caminharmos para trás...”