O cancro colorretal é mais frequente em Portugal, mas também um dos mais susceptíveis a prevenção. Conheça as medidas que podem ajudar a salvar vidas, visto este ser um dos cancros que maior taxa de mortalidade apresenta entre os 50 e os 74 anos.
O que causa o cancro colorretal?
A Deco Proteste explica que as causas da doença ainda não estão completamente identificadas. "Os estudos que têm sido realizados – genéticos, experimentais e epidemiológicos – indicam que o cancro colorretal resulta de uma interacção complexa entre a propensão hereditária e elementos ambientais. Estão identificados factores de risco, que, como o nome sugere, aumentam a probabilidade de doença, mas não a predizem. A sua ausência também não significa que se esteja livre do problema".
Factores de risco
- Idade - A incidência aumenta a partir dos 50 anos
- Sexo masculino - Este cancro é mais frequente nos homens
- História pessoal ou familiar de pólipos no intestino
- Sofrer doença inflamatória intestinal, diabetes e obesidade;
- Existência de síndromes hereditárias relacionadas com o cancro colorretal
- Consumo excessivo de álcool
- Fumar
Sintomas
Os sintomas manifestam-se tarde, com a maioria dos cancros do cólon e recto a desenvolverem-se a partir de pequenas saliências benignas que se formam na parede interna do intestino, os pólipos.
"Estes são relativamente comuns, afectando 30 a 50% dos adultos, mas menos de 10% evoluem para doença grave, segundo as estimativas. O desfecho menos desejado ocorre com maior frequência no caso de pacientes que têm mais de três pólipos; se o tamanho for superior a um centímetro; e se forem encontradas células anormais, mas ainda não cancerosas, nalgum deles", refere a DecoProteste.
Regra geral, os sintomas manifestam-se apenas numa fase avançada.
Sintomas mais comuns:
- Perda de sangue nas fezes;
- Anemia;
- Alteração prolongada dos hábitos intestinais - Prisão de ventre, diarreia ou alternância entre as duas;
- Dor na parte de cima do abdómen;
- Distensão abdominal;
- Nódulos à volta do umbigo podem indicar que a doença já terá progredido, com possibilidade de haver metastização, o que significa que o tumor terá atingido outras áreas do organismo, como o fígado, os pulmões e os ossos.
A forma mais eficaz de prevenir esta patologia é "detectar e eliminar os pólipos antes de se transformarem em cancro. O processo de transição ocorre lentamente, ao longo de 10 a 20 anos, e a probabilidade de doença oncológica aumenta à medida que os pólipos crescem".
Rastreio
O risco da doença desenvolver aumenta com a idade. "Segundo as estatísticas, a grande maioria (mais de 90%) ocorre a partir dos 50 anos, altura que se inicia, em Portugal, o rastreio à população. Contudo, estudos internacionais demonstram que a incidência tem vindo a aumentar em idades mais precoces, em particular entre os 40 e os 49 anos. Por isso, alguns especialistas defendem a antecipação do rastreio para os 45 anos", alude a DecoProteste, acrescentando que o rastreio, feito através da pesquisa de sangue oculto nas fezes, destina-se a pessoas entre os 50 e os 74 anos.
Se o resultado for positivo, segue-se uma colonoscopia para confirmar (ou não) o diagnóstico. Quem tem cancro colorretal, doença inflamatória intestinal ou síndromes hereditárias relacionadas com o mesmo não entra no rastreio. Nestes casos, a vigilância deve ser feita através de colonoscopia.
Se tiver algum problema que o justifique, o médico deve recomendar a realização de exames mais cedo. Havendo, por exemplo, familiares directos (pais ou irmãos) com cancro colorretal antes dos 60 anos, a Organização Mundial de Gastroenterologia recomenda iniciar o rastreio aos 40, ou 10 anos antes da idade com que foi detectado no familiar mais novo, consoante o que ocorrer mais cedo.
Prevenção
As recomendações, além dos rastreios, para reduzir a possibilidade de vir a sofrer de cancro do cólon e do recto passam pela prática regular de actividade física.
"Não está estabelecida a quantidade para a prevenção desta patologia em particular, mas as indicações gerais da Organização Mundial da Saúde, para adultos, indicam 150 a 300 minutos de atividade aeróbica de intensidade moderada, por semana, ou 75 a 150 minutos de atividade vigorosa", informa a Deco.
Relativamente à alimentação, "não é inequívoco que a dieta pobre em gorduras e rica em fibras, fruta e vegetais reduza diretamente o risco deste tipo de cancro, mas é certo que contribui para o bom funcionamento do organismo. Já não fumar, evitar o consumo excessivo de álcool e controlar o peso podem ter um papel importante na prevenção", conclui.