Ataques israelitas provocam pelo menos 44 mortos em três zonas de Gaza
A Defesa Civil da Faixa de Gaza, controlada pelas autoridades locais do Hamas, anunciou hoje a morte de 44 pessoas em três ataques aéreos israelitas no centro, sul e norte do pequeno enclave palestiniano, incluindo um contra uma escola.
"Ocorreram três massacres em menos de uma hora contra [civis] deslocados", avançou o porta-voz da Defesa Civil em Gaza, Mahmoud Bassal, num comunicado que dá conta de pelo menos 44 mortos e "dezenas" de feridos, "incluindo casos graves".
Os ataques registaram-se perto de uma estação de serviço em Al-Mawasi, oeste de Khan Yunis (sul), numa escola gerida pela agência da ONU para os refugiados palestinianos (UNRWA, na sigla em inglês) no campo de refugiados de Nusseirat (centro), e perto de uma rotunda em Beit Lahia (norte).
Também num comunicado, o Exército israelita indicou ter atacado "terroristas que utilizavam uma escola da UNRWA na região de Nusseirat" e um "comandante de companhia" da Jihad islâmica "no oeste de Khan Yunis".
De acordo com a organização Crescente Vermelho palestiniano, pelo menos cinco pessoas foram mortas no ataque à escola Al-Razi em Nusseirat (centro) que abrigava "milhares de pessoas deslocadas" pela guerra. O hospital Al-Awda de Nusseirat indicou ter admitido 48 feridos após este ataque.
Outras 17 pessoas foram mortas no ataque que atingiu uma estação de serviço em Al-Mawasi, indicou, por sua vez, o Ministério da Saúde de Gaza, tutelado pelo grupo islamita palestiniano Hamas, que controla o pequeno enclave desde 2007.
Al-Mawasi foi declarada "zona humanitária" pelo Exército israelita, mas no sábado as Forças Armadas de Israel desencadearam um ataque, aparentemente dirigido ao chefe do braço armado do Hamas, Mohammed Deif, que provocou pelo menos 90 mortos, indicou o Ministério da Saúde local.
Segundo estimativas das Nações Unidas, centenas de milhares de deslocados permanecem sem local seguro devido à intensificação das operações militares israelitas, pessoas que são forçadas a deslocarem-se "por diversas vezes" para diferentes zonas do enclave desde o início do atual conflito, que começou em outubro passado.
Ainda em comunicado, responsáveis militares israelitas garantiram que metade da liderança da ala militar do Hamas já foi morta, incluindo mais de 175 comandantes militares em assassinatos ou ataques aéreos em larga escala.
Os militares israelitas, que não confirmaram a morte de Mohammed Deif, dizem ainda ter "eliminado" mais de 14.000 militantes do Hamas em Gaza e atingido mais de 37.000 alvos no decurso da sua ofensiva aérea, alvos que incluem hospitais, escolas e abrigos.
A guerra em curso entre Israel e o Hamas foi desencadeada por um ataque sem precedentes do grupo islamita palestiniano em solo israelita, em 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.
O Exército israelita respondeu com uma devastadora campanha militar em Gaza que já provocou a morte de mais de 38 mil pessoas e fez perto de 90.000 feridos, de acordo com o Ministério da Saúde do enclave.