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Casa roubada... trancas à porta

Aquilo que quero para o turismo da Madeira é que este se baseie em menos visitantes, menos low cost, mais retorno

Depois de anos de avisos, de chamadas de atenção de dezenas de profissionais do sector, parece que finalmente o Governo Regional decidiu que chegou a altura de limitar os números nos acessos a “algumas” veredas da Madeira.

Não posso de deixar de manifestar satisfação pela medida, embora ela me pareça tardia e demasiado modesta, mas a verdade é que me surgem várias dúvidas... porquê só agora, depois de anos de descalabro, de vale tudo, e de salve-se quem puder? Porque não estender a medida ao alojamento local? E ao rent a car? E à falta de qualificações de quase todos os prestadores de serviços de turismo?

E será que o nosso excelso Governo Regional – sim, não estamos a falar da secretaria regional de Turismo, de quem nenhum profissional do sector deve esperar nada, não sei se por incompetência, inércia, incapacidade ou corrupção – tem noção que há ainda vários passos a dar? E que por serem tardios vão ser mais dolorosos do que seriam se tivessem sido tomados de forma atempada.

Seja o que for, e a quem se deva, os meus parabéns pela medida, que espero ver brevemente implementada, e fiscalizada, da mesma forma que espero uma solução rápida e permanente para os abusos no estacionamento um pouco por toda a ilha, embora continue a achar que falta coragem às autoridades regionais para instruírem a PSP no sentido de actuar de forma decisiva nesta área.

Aquilo que quero para o turismo da Madeira é que este se baseie em menos visitantes, menos low cost, mais retorno – para os empresários, para a região, e para cada um de nós. E menos atrapalhos para todos... porque a pressão do turismo sobre a Madeira e os madeirenses é claramente excessiva – e só não vê isto quem não quer ver.