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Madeira

JPP quer saber se Albuquerque tem trabalhado com a República para acelerar instalação de radar

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O Juntos Pelo Povo pretende aferir em que medida Miguel Albuquerque tem vindo a actuar junto do Governo da República para acelerar a instalação de um radar no Aeroporto Internacional da Madeira. O partido indica que, agora que são governos "da mesma cor partidária", essa é uma influência que deve ser utilizada.

Quem o afirma é o deputado Carlos Silva, ao considerar que "existindo governos da mesma cor política na Madeira e no Continente, Miguel Albuquerque e o PSD devem utilizar essa influência para resolver problemas antigos que estão a bloquear o desenvolvimento da economia, das empresas e a vida dos madeirenses e porto-santenses, a menos que não se falem e estejam de costas viradas uns para os outros por zangas partidárias".

O JPP lembra que, aquando da celebração dos 60 anos do primeiro voo operado pela TAP a aterrar no Aeroporto de Santa Catarina, o secretário regional da Economia, Turismo e Cultura referiu a necessidade de rever os limites obrigatórios de vento. Ora, o partido estranha que "o governante, em nenhum momento, se pronunciou sobre se Governo Regional tem trabalhado com este Governo da República, no sentido de acelerar a instalação do radar LIDAR, equipamento vital para melhorar a operacionalidade do aeroporto, mas cuja instalação só deverá acontecer em 2026".

O deputado considera que, se por questiúnculas partidárias, Albuquerque mantém a Madeira de costas viradas ao diálogo com a República, isso é "um comportamento grave” porque é “extremamente lesivo dos interesses da Madeira, das famílias e das empresas, um entrave à mobilidade e à continuidade territorial consagrada na Constituição”, refere. “Se o diálogo não existe quando o primeiro-ministro é do PSD, então o chavão ‘Primeiro a Madeira e depois o partido’ só serve para caçar votos.”

Num comunicado enviado à imprensa, o partido recorda que o radar LIDAR é um instrumento de precisão que fornece informação mais detalhadas e em tempo real aos pilotos, o que permitiria melhorar a operacionalidade do aeroporto e porventura reduzir o número de operações canceladas. "A aquisição do radar LIDAR para o Aeroporto da Madeira – Cristiano Ronaldo, foi adjudicada a 23 de junho de 2023, pela NAV Portugal à empresa espanhola DTN Serviçes and Systems, S.L. por cerca de 2,8 milhões de euros (2.793.600,00€), conforme consta no portal base. Mas o contrato refere que o prazo de execução do mesmo são de 820 dias a contar da data de assinatura do contrato, ou seja, empurra a situação até 2026", indica nessa nota.

Um prazo “pouco ou nada razoável” para uma “situação urgente”, que “está há demasiado tempo para ser resolvida” e que o JPP considera que devia estar “no cimo das preocupações” dos governos de Albuquerque e de Montenegro, tal como a implementação do chamado “plano de contingência” para o aeroporto.

O partido defende que as decisões relacionadas com qualquer redução dos limites de vento no Aeroporto da Madeira têm de estar suportadas em estudos técnicos e científicos e lembra que “a segurança e a vida das pessoas não pode ter limites, é total”.

"A equipa de trabalho constituída pelo Governo da República que estuda a redução dos limites de vento e/ou a possibilidade de deixarem de ser obrigatórios, concluiu recentemente que 80% dos voos divergidos ocorreram por uma diferença de 3 nós, isto é, pouco mais de 5 Km/h acima do limite operacional fixado", lembra.

Ainda em relação aos aparelhos por instalar, em abril de 2022 a NAV Portugal informou que “em causa estão equipamentos meteorológicos complementares de apoio à navegação aérea que servem para recolher informação mais completa, melhorando o conhecimento dos padrões atmosféricos que afetam aquele aeroporto e, por conseguinte, modelos de previsibilidade mais amplos e abrangentes”.