Os Filhos de Ninguém e o CR7
Na terra do Cristiano, da política e das bananas, é importante ser filho de alguém!
Numa ilha rodeada pelo mar, as oportunidades existem, mas não são acessíveis a todos. Dizem-nos que estudar abrirá portas no futuro e facilitará a nossa vida. Até que ponto? Quando? Quanto?
Não me interpretem mal, existem pessoas extraordinárias em cada esquina. Arrisco-me a dizer que muitos de nós fazemos poncha sem aguardente. Mas ser extraordinário é suficiente para alcançar o sucesso numa ilha onde 80% são filhos de ninguém que trabalham para 20% dos filhos de alguém? Serão os filhos de ninguém responsáveis por 20% dos lucros da região? Ou talvez por 80%? Uma coisa é certa: independentemente da lucratividade dos filhos de ninguém, 80% da fortuna da região está nas mãos de 20% da população.
No entanto, será essa fortuna exclusiva dos filhos de alguém?
Vejamos o nosso “menino querido”. De onde veio? Era filho de quem? Que conhecimentos tinha?
Quantos “meninos queridos” temos pela nossa ilha que brilham mesmo quando as probabilidades estão contra eles? Tinham tudo para falhar e conseguiram!
Sei e entendo que ter mais do que quatro nomes pode dar uma vantagem inicial, colocar-nos numa posição mais confortável, melhores escolas, melhores turmas, círculos mais abastados e onde as oportunidades abundam.
Porém, julgo que isso não chega para alcançar o “sucesso absoluto” (ser o melhor do mundo em alguma coisa). Estamos rodeados de pessoas com “sucesso relativo” (partiram de situações desvantajosas, mas atingiram o sucesso; não são os melhores do mundo, mas entre os seus pares são bem-sucedidos).
Acredito que na corrida da vida, a mentalidade com que a encaramos é mais importante do que o berço onde nascemos.
É verdade que existem nomes que nos dão um “boost” inicial, mas isso não é tudo se faltar o desejo de sucesso.
“O melhor do mundo teve sorte!”
O melhor do mundo veio de uma posição desvantajosa e tomou decisões que, com alguma sorte e muito trabalho, o levaram a ser quem é.
E você? Numa terra de filhos de ninguém, luta pelo sucesso ou procura os filhos de alguém?
Somos 20% do que nos acontece e 80% do que decidimos fazer com o que nos acontece.