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Brasil acusa Israel de continuar a sabotar a paz com ataque "inadmissível"

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O governo brasileiro acusou ontem Israel de continuar a sabotar o processo de paz no Médio Oriente e qualificou de "inadmissível" o ataque a uma zona humanitária da Faixa de Gaza, que fez pelo menos 90 mortos e 300 feridos.

"O governo israelita continua a sabotar o processo de paz e o cessar-fogo no Médio Oriente. O mais recente bombardeio na Faixa de Gaza, que deixou centenas de inocentes como vítimas, é inaceitável", disse o Ministério das Relações Exteriores do Brasil num comunicado onde condena o ataque.

De acordo com o comunicado, as vítimas do ataque estavam acampadas em tendas que abrigavam principalmente crianças, mulheres e idosos em Mawasi, uma área no sul da Faixa de Gaza designada como "zona humanitária" pelas próprias forças israelitas no início de maio.

Por seu lado, Israel afirmou que o bombardeamento permitiu matar Rafaa Salameh, próximo do número dois do braço armado palestiniano do grupo Hamas e considerado um dos mentores do ataque terrorista de 07 de outubro do ano passado contra Israel.

O governo israelita também afirmou que o bombardeamento foi preciso e atingiu um complexo do Hamas numa zona despovoada e não as tendas onde vivem as pessoas deslocadas.

"É assustador que continuem a punir coletivamente o povo palestiniano. Já foram mortas dezenas de milhares de pessoas em ataques consecutivos desde o ano passado", afirmou o governo brasileiro.

Em fevereiro, Israel declarou o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, 'persona non grata' porque o chefe de Estado brasileiro comparou a ofensiva contra Gaza ao Holocausto.