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Madeira

Paulo Cafôfo não comenta encontro do movimento 'Autonomia 24'

Foto PS-Madeira
Foto PS-Madeira

"Não tenho nenhum comentário a fazer sobre isso". Foi desta forma que Paulo Cafôfo respondeu aos jornalistas depois de solicitada uma reacção ao encontro do movimento socialista 'Autonomia 24' que se realizou, esta sexta-feira, no Colégio dos Jesuítas.

O líder do PS-Madeira, que visitou a Expomadeira, não quis alongar a sua reacção, mesmo perante a insistência. "Eu estou aqui para falar das empresas, estou aqui a falar da dinamização da economia regional, estou aqui a falar das propostas do PS para o Orçamento da Região, para beneficiar os madeirenses e os porto-santenses, portanto, não faço mais nenhum comentário além deste que acabei de fazer", atirou.

“É muito difícil surgir um novo partido” com o Autonomia 24

O Colégio dos Jesuítas foi o palco escolhido para o encontro do movimento Autonomia 24, movimento que foi fundado por 12 militantes socialistas e que tem como objectivo discutir o presente e o futuro da Madeira. Para muitos, este é um grupo de socialistas que está descontente com o rumo que está a ser trilhado pelo actual PS Madeira liderado por Paulo Cafôfo. Carlos Pereira, deputado socialista,  recusa essa ideia e garante que o movimento Autonomia 24 está acima de qualquer pessoa ou qualquer partido.

Declarações de Paulo Cafôfo

Sobre a visita propriamente dita, o socialista avançou que vai apresentar, em sede de discussão do Orçamento Regional para 2024, uma proposta de alteração para que sejam reduzidas em 30% todas as taxas do IVA em relação ao continente e, dessa forma, seja possível reduzir os preços dos bens e serviços.

Na ocasião, o líder socialista lembrou a persistência do partido, que levou a que tenha sido possível baixar o IRC em 30% relativamente ao continente – permitindo que as empresas regionais se tornassem mais competitivas – e considerou fundamental que o mesmo aconteça em todas as taxas do IVA, para ajudar as famílias a enfrentarem o aumento do custo de vida.

O presidente do PS-Madeira apontou o facto de a Madeira "ser a região do País com a mais elevada taxa de risco de pobreza, de ter sido a região com o maior agravamento dos preços dos bens essenciais no último ano e de, em Junho, a taxa de inflação se situar nos 3,3%, superior em 0,8 pontos percentuais em relação à média do País". A tudo isto, junta-se a circunstância de a Região ter vindo a arrecadar recordes de receita fiscal, sendo de referir que a receita de IVA duplicou na última década e que, em 2023, o Governo Regional arrecadou 550 milhões de euros só em IVA.

Declarações de Paulo Cafôfo

Como explicou Paulo Cafôfo, estes são factores que levam a que, em sede do debate orçamental, que irá decorrer na próxima semana na Assembleia Legislativa da Madeira, o Grupo Parlamentar socialista vá propor a aplicação do diferencial máximo de 30% em todas as taxas do IVA, para baixar os preços dos bens e serviços, estimular o consumo e garantir ainda mais ganhos de competitividade para as empresas.

Além dos benefícios para os consumidores, o líder socialista frisa que esta seria também uma forma de a Região usar os instrumentos que a Autonomia lhe confere, já que, como esclareceu, a redução de impostos em 30% relativamente ao Continente está consagrada na Lei de Finanças Regionais. Um mecanismo do qual, lamentou, o Governo Regional insiste em não fazer uso pleno, apenas com o intuito de continuar a amealhar receita fiscal.