Francisco Gomes acusa Estado de discriminar Protecção Civil
O deputado do Chega na Assembleia da República, Francisco Gomes, fez hoje a abertura e participou na audição ao Sindicato Nacional da Protecção Civil e ao Sindicato Independente dos Trabalhadores da Floresta, Ambiente e Proteção Civil.
Em representação do grupo parlamentar do Chega, o parlamentar madeirense fez as alegações iniciais da audição e ouviu dos representantes daqueles sindicatos as preocupações, necessidades e desafios que afectam os seus associados.
Durante a audição, o Sindicato Nacional da Protecção Civil e o Sindicato Independente dos Trabalhadores da Floresta, Ambiente e Protecção Civil, cujas comitivas incluíram membros de corporações bombeiros voluntários madeirenses, sublinharam vários assuntos que, na sua óptica, são fundamentais, entre os quais a criação de uma carreira especial para a Protecção Civil, a aprovação de um estatuto profissional, o pagamento do subsídio de risco para todo o sector da Protecção Civil, a integração dos sapadores florestais na carreira de bombeiros sapadores florestais e a dignificação da carreira dos vigilantes da natureza. A seu ver, a resolução destas situações "arrasta-se, sem justificação".
A relação do Estado com os trabalhadores da Protecção Civil define-se por uma profunda injustiça, quer ao nível da remuneração e dos subsídios, quer ao nível do estatuto profissional, da idade de reforma e da valorização. Estes homens e mulheres não nos têm falhado. Já os políticos, não têm feito tudo o que poderiam e deveriam fazer para dignificar o seu trabalho. Francisco Gomes, deputado do Chega
O Sindicato Nacional da Protecção Civil e o Sindicato dos Trabalhadores da Floresta, Ambiente e Protecção Civil alertaram para o que interpretam como uma situação discriminatória instaurada entre trabalhadores que exercem tarefas idênticas e que assumem responsabilidades idênticas. Para o sindicato, é uma ofensa à dignidade dos bombeiros e ao trabalho fundamental que desempenham na defesa das comunidades que homens e mulheres que exercem a mesma missão sejam tratados de forma tão diferente.
"Que existam carreiras que estejam há mais de uma década à espera de reconhecimento e que existam casos de operacionais retidos na categoria de bombeiro de terceira há mais de trinta anos deveria fazer corar de vergonha os governos que permitiram que a Proteção Civil fosse tratada com tanto desleixo", afirmou.
A concluir, o Sindicato Nacional da Protecção Civil e o Sindicato dos Trabalhadores da Floresta, Ambiente e Protecção Civil alertaram para outras situações que, na sua perspectiva, condicionam de forma negativa o trabalho dos bombeiros das associações humanitárias, dos sapadores florestais e dos vigilantes da natureza, diminuindo a atractividade das carreiras e colocando em risco a sua sustentabilidade humana e social.
“As promessas sem concretização, as inverdades, as delongas sem justificação e a incompetência cheiram a má-fé e não podemos permitir que a má-fé defina a postura da Assembleia da República e dos governos que de aqui emanam. Os homens e mulheres da Proteção Civil não merecem este desprezo", frisou.