DNOTICIAS.PT
5 Sentidos

Tuna de Câmara de Machico e Eleutherius Chorus em concerto no Solar de São Cristóvão

None

O Solar de São Cristóvão, espaço tutelado pela Secretaria Regional de Economia, Turismo e Cultura, através da Direcção Regional da Cultura (SRETC/DRC), será palco de um Concerto de Verão no próximo sábado,13 de Julho, pelas 17 horas. 

O concerto, a acontecer no espaço localizado no Caramanchão, em Machico, juntará dois grupos, nomeadamente a Tuna de Câmara de Machico e a Associação Cultural Eleutherius Chorus. O evento, com entrada livre e dirigido ao público em geral, insere-se na política de descentralização cultural do Governo Regional e no âmbito dos apoios atribuídos aos vários agentes culturais da Região.

A Tuna de Câmara de Machico, nasceu na Ribeira Seca, em setembro de 1983, por iniciativa do Padre Martins Júnior, com o intuito de preencher um espaço específico no panorama cultural do concelho, tornado mais acessível a uma então, população altamente ruralizada. Do seu reportório fazem parte estilos musicais mais eruditos, muitas vezes, só acessíveis em grandes centros urbanos. Esta tuna é parte integrante do Centro Cívico Cultural e Social da Ribeira Seca e conta com cerca de 20 elementos.

Já a Associação Cultural Eleutherius Chorus, com sede em Câmara de Lobos, foi constituída em outubro de 2022 com o objetivo promover a socialização e identidade cultural entre crianças e jovens daquele concelho. Conta atualmente com cerca de 25 elementos. Do seu reportório fazem parte estilos musicais clássicos e alguns eruditos.

O Solar de São Cristóvão foi mandado edificar por volta de 1690 pelo morgado Cristóvão Moniz de Menezes, evocando o santo do seu nome, tendo sido concluído em 1692, data gravada na cantaria da porta da capela. Ao alto da escada, na parede, um azulejo armoriado evoca os brasões dos proprietários (Moniz, Menezes, Câmara, Drummond), herdeiros em sucessão de propriedade, até Carlos Cristóvão da Câmara Leme Escórcio de Bettencourt.

Carlos Cristóvão foi o último herdeiro do solar, nasceu a 25 de fevereiro de 1924, no Funchal e viveu em Machico. Falecido em 1998, foi uma das distintas figuras da cultura machiquense. Foi poeta, romancista, escreveu peças de teatro e, entre as suas obras, destaca-se o “Elucidário de Machico”, cuja primeira edição foi publicada em 1981.

O Solar de São Cristóvão, tem sido um espaço dinâmico, quer a nível religioso, educativo e cultural. Funcionou como centro religioso até à reforma administrativa da Igreja que deu lugar às novas paróquias em 1961.

Em 1904, a pedido do então vigário de Machico, a Madre Mary Jane Wilson presidiu à fundação de uma Escola de S. Francisco de Sales, que mais tarde seria transferida para a Quinta Sant’Ana.

A 13 de Março de 1987, Carlos Cristóvão doou o imóvel à Região Autónoma da Madeira, atualmente classificado como imóvel de Valor Local, estando à altura, em avançado estado de degradação. Depois de obras realizadas pelo Governo Regional, o espaço reabre em 2019, como solar visitável.

Atualmente é um espaço museológico que retrata as vivências de diferentes épocas ao longo de várias gerações, em homenagem à memória da família de Carlos Cristóvão. Está aberto, com entrada livre, de terça a sábado das 09h30 às 12h30 e das 13h30 às 16h00.