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EUA acusam Rússia de usar rede X para espalhar desinformação

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Os Estados Unidos acusaram ontem o canal televisivo russo RT e o Serviço Federal de Segurança (FSB) da Rússia de usarem ferramentas de inteligência artificial na rede X para difundir desinformação na América do Norte, Espanha, Ucrânia e Israel.

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos revelou em comunicado que dois domínios (mlrtr.com e otanmail.com) foram registados pelo FSB através de uma empresa no estado norte-americano do Arizona para criar servidores de correio eletrónico com os quais foram fabricadas contas fictícias na rede social.

Além disso, as autoridades norte-americanas obtiveram autorização para aceder a 968 contas no X, alegadamente criadas na operação com 'software' desenvolvido com inteligência artificial e denominado Meliorator, para espalhar informações falsas.

O FBI acusou um editor-chefe da RT, identificado como chefe da secção de jornalismo digital da emissora estatal russa desde 2022, de organizar o desenvolvimento de contas fictícias.

Paralelamente, o FBI, juntamente com os serviços de informações neerlandeses (AIVD) e os serviços de informações militares do mesmo país (MIVD), bem como o Centro de Segurança Cibernética do Canadá (CCCS), alertou as empresas de redes sociais que a Rússia está a utilizar o Meliorator para "campanhas de influência maligna".

Segundo as agências de segurança, a operação criada pela RT e FSB utilizou o Meliorator para "disseminar desinformação em vários países, incluindo os Estados Unidos, Polónia, Alemanha, Países Baixos, Espanha, Ucrânia e Israel".

As autoridades apenas confirmaram a utilização do Meliorator no X, mas alertaram que a intenção da Rússia é expandir a sua funcionalidade para outras plataformas sociais.

O Meliorator permite a criação em massa de "contas aparentemente autênticas", a publicação de conteúdo "semelhante ao dos utilizadores típicos" e a cópia de desinformação espalhada por outros 'bots' para difundir falsidades que amplificam campanhas de influência maligna.

O procurador-geral norte-americano, Merrick Garland, afirmou que, com o confisco dos domínios e do registo das contas X, "o Departamento de Justiça interrompeu uma campanha de propaganda apoiada pelo Governo russo com inteligência artificial" na propagação de desinformação nos Estados Unidos e fora do país.