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Costa afirma que empenho de Montenegro na sua eleição é marca da qualidade da democracia

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O presidente do Conselho Europeu indigitado, António Costa, considerou hoje que o empenhamento do atual primeiro-ministro na sua eleição traduz uma "marca de qualidade" da democracia portuguesa e afirmou esperar valorizar Portugal no exercício das suas funções.

António Costa falava aos jornalistas antes de um almoço de trabalho com o primeiro-ministro, Luís Montenegro, na residência oficial de São Bento, quatro dias depois de ter sido eleito presidente do Conselho Europeu.

"Agradeço ao primeiro-ministro [Luís Montenegro] e ao Governo português não só o apoio, como o empenho, para que a eleição tivesse sido possível. Sei bem o esforço que o primeiro-ministro fez para mobilizar o conjunto dos apoios, não só no PPE [Partido Popular Europeu], mas também no Conselho Europeu. Uma marca da qualidade nossa democracia neste ano em que celebramos os 50 anos do 25 de Abril" de 1974, defendeu o anterior líder do executivo.

António Costa afirmou, depois, que o seu agradecimento "é extensivo ao ministro dos Negócios Estrangeiros [Paulo Rangel] e à diplomacia portuguesa pelo empenho que tiveram e pelo trabalho que foi feito".

"Sei bem que sempre que um português desempenha funções no exterior, quaisquer que elas sejam, é uma forma de valorizar o nosso país. E é isso que quero fazer e poder corresponder", declarou o ex-primeiro-ministro.

Neste ponto, António Costa afirmou que pretende seguir a atitude dos cidadãos das comunidades emigrantes, ou o exemplo dos responsáveis políticos que no passado, ou no presente, exerceram ou exercem funções institucionais.

Essa valorização do nome de Portugal no exterior o ex-líder do executivo nacional estendeu, ainda, à seleção nacional de futebol, que joga com a Eslovénia, hoje à noite, na Alemanha, nos oitavos de final do Campeonato da Europa de Futebol.

"Obviamente, que me cabe focar na minha principal missão: Contribuir para um consenso alargado entre os 27 Estados-membros, exercer a representação externa da União Europeia em matéria de politica externa e de segurança comum, e contribuir para executar a agenda estratégica que o Conselho Europeu aprovou na sua última reunião", especificou.

Num tom mais informal, depois de ter sido recebido em São Bento com um breve abraço pelo seu sucessor nas funções de primeiro-ministro, António Costa declarou que também Luís Montenegro poderá contar com a sua "colaboração e atenção".

"Terá uma pequena vantagem por ter sempre um interlocutor que não precisa de tradução. Podemos falar diretamente na nossa própria língua. Desejo-lhe a continuação das maiores felicidades nas funções que exerce", acrescentou.

Na quinta-feira à noite, o ex-primeiro-ministro português Costa foi eleito pelos chefes de Estado e de Governo da União Europeia (UE) presidente do Conselho Europeu para um mandato de dois anos e meio e toma posse em 01 de dezembro deste ano.

António Costa será o primeiro português e o primeiro socialista à frente do Conselho Europeu, e vai suceder ao belga Charles Michel (no cargo desde 2019) na liderança do Conselho Europeu, que junta os chefes de Governo e de Estado da União Europeia.

Primeiro-ministro de Portugal entre novembro de 2015 e abril de 2024, António Costa chefiou três governos, o último dos quais (2022/2024) com maioria absoluta do PS no parlamento. Demitiu-se das funções de primeiro-ministro em 07 de novembro de 2023, depois de a Procuradoria-Geral da República, através de um comunicado, ter referido que estava a ser investigado no âmbito da chamada Operação Influencer.

Em 24 de maio passado, o ex-primeiro-ministro socialista, a seu pedido, foi ouvido pelo Ministério Público no Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), sem que tenha sido constituído arguido no processo.

No Conselho Europeu de quinta-feira, os líderes dos 27 Estados-membros propuseram também Ursula von der Leyen para um segundo mandato à frente da Comissão Europeia e nomearam a primeira-ministra da Estónia, Kaja Kallas, para alta representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança. Ambas terão de sujeitar-se à votação no Parlamento Europeu.