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Relâmpagos

Lendo “Geopolítica y geocultura: ensayos sobre el moderno sistema mundial” (Kairos), de Immanuel Wallerstein, a ver se arranjo mais base para entender “As Grandes Opções do Conceito Estratégico da Defesa Nacional”, ressignificando um país efetivamente mais mar que terra.

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A política, para além da reflexão filosófica, epistemológica e ideológica, é práxis que, entre outras coisas, dispensa ingenuidade e laxismo. Que exige consciência das relações de força, capacidade tática e rigor estratégico. Pressupõe liderança, mobilização e entrega. Estou a pensar em “O Príncipe”, de Maquiavel ou “A Arte da Guerra”, de Sun Tzu, verdadeiros manuais de política prática, instrumental e aplicada. Hoje, falo de Poder...o de mudar as realidades.

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A propósito, acompanho, por estes dias, algum quiproquó entre pessoas amigas e próximas, marcado por desnecessárias valentias de afirmação, discussões bizantinas e desvios de foco. Na arquibancada, os adversários políticos fazem suas apostas e colhem fartos dividendos. Da última vez que as clivagens transbordaram margens, porfia de protagonismo bem lá no fundo, pesada foi a fatura. Insustentável o peso de fazer da razão do Estado (e não o estado da Razão) o fenómeno central da política!

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Todavia, não farei “versos sobre acontecimentos”, recomendação de Carlos Drummond de Andrade, mas boto cuidado metafórico e dicção atenta sobre este dia que, mais coisa, menos coisa, pulsa com alguma eternidade. E o refletido no espelho a ser gargalhada em pessoa, deste hilário que é sujeitinho lírico...

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Um pêndulo, mecânica do relógio de parede, que hora em hora todo ele cucos, oscila entre a tradição e a ruptura. Preciso de cacos, de ladrilhos e de restos do espelho para um vitral refratário e para que, ao fim de tudo, haja um pôr-do-sol quântico. Um pêndulo que oscila a vergonha coletiva e já rompe a Humanidade, caso ainda alguma haja, a carnificina em Gaza.

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Rosa de Porcelana Editora

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