Milhares protestam contra governo de Israel após resgate de reféns
Milhares de pessoas saíram ontem para as ruas em Israel para protestar contra o governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, na sequência do resgate de quatro reféns na Faixa de Gaza.
O exército israelita anunciou no sábado a libertação de quatro reféns durante "uma difícil operação especial em Nuseirat", um campo de refugiados no centro da Faixa de Gaza, onde tem realizado intensos ataques nos últimos dias.
Segundo o governo do grupo radical islamita Hamas, que controla o enclave palestiniano, pelo menos 210 pessoas morreram e mais de 400 ficaram feridas na onda de bombardeamentos israelitas no centro de Gaza, principalmente, no campo de refugiados de Nuseirat.
Alguns dos que estiveram na concentração em Telavive, como o antigo chefe dos serviços secretos militares Amos Malka, criticaram a decisão de Netanyahu de se fazer fotografar com familiares dos quatro reféns libertados e ignorar aqueles que morreram em Gaza, segundo o jornal "The Times of Israel".
O governo de Israel anunciou recentemente a morte dos reféns Chaim Peri, de 79 anos, Yoram Metzger, 80, Amiram Cooper, 84, e Nadav Popplewell, 51.
Protestos antigovernamentais ocorreram também em Jerusalém, Haifa ou Beersheba, entre outros lugares, tendo os manifestantes exigido a convocação de eleições em Israel e um acordo para libertar os restantes reféns na Faixa de Gaza.
O conflito em curso na Faixa de Gaza foi desencadeado por um ataque de grupos armados de Gaza em solo israelita, a 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e duas centenas de reféns, segundo as autoridades de Israel.
Desde então, Telavive lançou uma ofensiva na Faixa de Gaza que causou até ao momento perto de 37.000 mortos e pelo menos 82.000 feridos, segundo o Hamas, classificado como "organização terrorista" por Israel, União Europeia e Estados Unidos.