Egipto condena últimos ataques israelitas no centro de Gaza
O ministério dos Negócios Estrangeiros do Egipto condenou hoje os últimos ataques do Exército israelita contra diversas zonas do centro da Faixa de Gaza e que provocaram pelo menos 210 mortos palestinianos.
Os ataques concentraram-se em particular no campo de refugiados e Nuseirat, cenário de uma operação militar israelita que implicou o resgate com vida de quatro reféns nas mãos de milícias palestinianas.
"O Egito responsabiliza legal e moralmente Israel por este flagrante ataque e exige que Israel cumpra as suas obrigações como potência ocupante e deixe de atacar indiscriminadamente civis palestinianos, incluindo nas zonas para onde foram deslocados", assinala o ministério.
O comunicado define ainda estes ataques como uma "flagrante violação de todas as disposições do direito internacional" e de "todos os valores da humanidade". E emite um apelo à comunidade internacional e ao Conselho de Segurança da ONU para parar o conflito.
Pelo menos 210 palestinianos foram hoje mortos e mais de 400 feridos num novo ataque israelita em diversas zonas do centro da Faixa de Gaza, em particular no campo de refugiados de Nuseirat, onde decorreu uma operação do Exército que implicou o resgate com vida de quatro reféns na posse do movimento islamita de resistência palestiniana Hamas desde há oito meses.
O conflito em curso na Faixa de Gaza foi desencadeado pelo ataque do grupo islamita Hamas em solo israelita de 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.
Desde então, Telavive lançou uma ofensiva na Faixa de Gaza que até ao momento perto de 37.000 mortos e pelo menos 82.000 feridos segundo o Hamas, classificado como "organização terrorista" por Israel, União Europeia e Estados Unidos.
Calcula-se ainda que 10.000 palestinianos permanecem soterrados nos escombros após cerca de oito meses de guerra, que também está a desencadear uma grave crise humanitária.
O conflito causou também quase dois milhões de deslocados, mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária, com mais de 1,1 milhões de pessoas numa "situação de fome catastrófica" que está a fazer vítimas - "o número mais elevado alguma vez registado" pela ONU em estudos sobre segurança alimentar no mundo.
Também na Cisjordânia e em Jerusalém leste, ocupados por Israel, pelo menos 510 palestinianos foram mortos pelas forças israelitas ou por ataques de colonos desde 07 de outubro, para além de cerca de 9.000 detidos desde essa data.