Futuros médicos vestiram hoje a bata branca e preparam-se para a medicina digital
Os 25 estudantes que concluíram o 3.º ano do curso de Medicina da Universidade da Madeira (UMa) vestiram hoje a bata branca e leram o juramento de Hipócrates. A cerimónia, que teve lugar nas instalações da Reitoria no Colégio dos Jesuítas, marca o início da fase clínica do curso, em que os futuros médicos passam a ter contacto com doentes. Um momento com grande simbolismo e significado, que contou com a participação de diversas entidades e a presença de familiares dos alunos.
O secretário regional da Saúde, Pedro Ramos, disse que espera que os futuros médicos optem por exercer a sua profissão na Madeira, quando, no ano de 2028, concluírem a formação. O governante explicou que os novos clínicos terão de se adaptar ao novo papel que se espera do médico no futuro, num mundo com inteligência artificial, biotecnologia, hiperconexão, digitalização, robotização e automação.
Cada vez mais os meios de diagnóstico, equipamentos e algoritmos vão substituir ou alterar algumas tarefas actuais dos médicos, desde o diagnóstico ao tratamento. Algumas tarefas poderão ser desempenhadas por outros profissionais de saúde, libertando o médico para situações e tarefas mais complexas. Pedro Ramos não acredita que a automação e robotização vão reduzir o papel do médico, porque os "robots não vão operar sozinhos", mas vão obrigar a uma adaptação.
Com as novas redes de última geração (5G e 6G), os médicos poderão exercer a profissão dentro ou fora do seu país, sem as barreiras físicas actuais. Isto gera uma concorrência à escala global e a necessidade de actualização permanente dos profissionais. Haverá tendência para uma superespecialização.
Os pacientes serão mais informados e activos, pois contarão com ferramentas que lhes permitem fazer autodiagnósticos e à elaboração dio perfis genéticos.
Pedro Ramos sublinhou que o novo hospital já foi projectado a pensar neste novo paradigma. Será um hospital com menos camas, com hospital de dia, com mais ambulatório, com mais camas de saúde, com mais inovação e transformação digital e, acima de tudo, com mais robotização. O secretário desafiou os estudantes a serem "verdadeiros médicos do futuro". "É isso que a Região precisa para termos sempre mais segurança e mais qualidade", rematou.