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Madeira

"Só o poder da leitura pode ajudar a combater a desinformação"

Representante da República entregou, hoje, os prémios do concurso literário ‘Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas’

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A aluna do 12.º ano da Escola Secundária Francisco Franco, Maria Inês Martins Silva, foi a vencedora da edição de 2024, do concurso literário 'Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas', integrado nas comemorações do 10 de Junho.

Constança de Olival Pereira, aluna do 9.º ano do Colégio de Santa Teresinha e Maria Eduarda Mendes Teixeira, aluna do 11.º ano da Escola Básica e Secundária Bispo Dom Manuel Ferreira Cabral arrecadaram, respectivamente, o segundo e terceiro prémios, tendo merecido ainda menção honrosa, o aluno do 9.º Ano da Escola Básica com Pré-Escolar Bartolomeu Perestrelo, Mateus Paulo Spínola Gouveia.

Na sua intervenção durante a cerimônia de entrega dos prémios, que decorreu, esta manhã, no Palácio de São Lourenço, o representante da República para a Região aproveitou para sublinhar o papel da leitura e da escrita, como ferramenta de expressão e compreensão, mas sobretudo como forma de "ajudar a combater a desinformação".

Entre todas as aprendizagens realizadas, a leitura e a escrita são verdadeiramente superpoderes. Dão-nos a faculdade de compreender o Mundo, através da formação holística e da criatividade. Ler permite-nos viajar, conhecer outros mundos. Mundos reais ou imaginados, personagens com um fundo de realidade ou fruto do engenho dos autores. Mas sempre, de cada página de um livro no qual mergulhamos, saímos um pouco mais ricos. É também a leitura que nos permite aceder à informação, saber o que verdadeiramente se passa à nossa volta. Num mundo em que notícias falsas (fake news) circulam quase à velocidade da luz, só o poder da leitura pode ajudar a combater a desinformação. E como é importante o sentido crítico na sociedade complexa na qual vivemos.

Ireneu Barreto reforçou que a generalização do ensino é "uma das maiores conquistas da nossa democracia", recordando que "em 1974 a taxa de analfabetismo era de 25%". "Ou seja, um quarto dos adultos, com particular incidência nas mulheres, não sabia ler nem escrever. Das que sabiam ler, muito poucas tinham o privilégio de estudar para além do patamar elementar do primeiro ciclo (escola primária, como se designava na altura)", vincou, evocando os 50 anos do 25 de Abril.

O representante da República para a Região salientou ainda que "a atribuição deste prémio é uma das nossas formas de assinalar e comemorar o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas", através da língua.

Através da língua portuguesa, de que Camões é um símbolo maior, afirma-se Portugal um pouco por todo o mundo, com um especial fervor nas Comunidades Portuguesas espalhadas pelo Globo. Como sabem, comemoram-se este ano os 500 anos do nascimento de Camões. Por isso, o nosso concurso literário adquire este ano um especial simbolismo, porquanto não haverá melhor forma de celebrar um poeta do que a sua leitura, estudo e inspiração. A nossa língua é uma riqueza que, com mais ou menos sotaques, partilhamos com 280 milhões de pessoas, sendo a quinta língua mais falada do mundo.

Instituído em 2013, o concurso literário 'Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas' pretende associar as gerações mais novas às comemorações do dia 10 de Junho. Em 2024, o júri de avaliação, designado pelo representante da República foi constituído pelos escritores Irene Lucília Mendes de Andrade e Agostinho Lídio Gonçalves Araújo e ainda por Anabela Nóbrega Coelho Abreu Pita.