O medo... arma de gestão

O medo...

O medo acompanha o ser humano desde a nascença, desde que tenta dar os seus primeiros passos.

O medo passa a ser uma constante nas nossas vidas pessoais desde cedo e iremos infelizmente viver grande parte das nossas vidas, impregnados no medo.

Porém, o mesmo medo, tornou-se numa ferramenta de gestão de grande parte das empresas a nível mundial.

Pena é que muitas delas ainda não tenham percebido, que o medo incutido nos recursos humanos é por si só um entrave enorme ao sucesso das mesmas.

Se quisermos podemos afirmar que o medo é e sempre será um retardador natural e intrínseco dos resultados das empresas.

Crianças com mais medo, demorarão mais tempo a dar os primeiros passos, pássaros com mais medo demorarão mais tempo a levantar voo.

Repetindo uma frase de .... Alejandro Jodorowsky:

“Pássaros criados em gaiola, acreditam que voar é uma doença.”

Não estaremos nas empresas a criar pessoas em gaiolas?

É tempo de acabar com o medo nas organizações, é tempo de deixar as pessoas voarem sem constrangimentos, de darem os seus próprios passos, de se sentirem mais confiantes, mais reconhecidas e mais úteis se sentirão por conseguinte para as organizações.

Estas conjugações levarão a um único e expectável resultado:

- Mais produtividade

- Mais comprometimento

- Mais alegria

- Mais identificação com a empresa

- Mais autoestima

Onde todos nós sairemos ganhadores certamente.

Este é um ciclo que todos nós deveríamos querer iniciar, é uma nova filosofia de trabalho e de relações profissionais que nos trará a todos:

- Mais qualidade de vida

- Mais alegria no trabalho

- Mais e melhores resultados

- Menos absentismo

- Menos problemas de saúde relacionados com Stress, Depressão, Burnout e outros conexos.

- Melhores relações interpessoais

Etc etc

Sendo porém uma equação com vários factores, a simbiose entre todos é fundamental e a chave para o sucesso.

Leonardo Wandelli diagnostica da seguinte forma a manipulação do medo e do sofrimento do trabalhador como instrumentos úteis aos fins empresariais:

“Manipulação do medo e do sofrimento: este é um processo que envolve a ampliação da vulnerabilidade social, já mencionada, mas articulada no interior da empresa de maneira que ela sirva de instrumento à consecução dos objetivos pretendidos pela organização. A ameaça velada ou expressa como base de política de pessoal. O medo, assim, não é só o resultado da ameaça ou da vulnerabilidade, mas o ponto de partida da banalização do mal. (...)

Enquanto se trabalha, além da ameaça de precarização, há o medo diante dos riscos de acidente ou doença do trabalho; o medo de não corresponder às expectativas dos superiores e consumidores; de ser descartado como inapto.

A pressão por resultados aumenta...”

Necessitamos menos cinismo, menos hipocrisia e mais humanismo.

Vivemos na era das redes sociais, mas deixamos de nos sabe relacionar enquanto pessoas, vivemos amizades virtuais, momentos virtuais e isso vai destruindo o que de melhor há no ser humano.

Há que olhar para as pessoas como seres humanos, como pessoas, respeitar o seu eu, para que possamos reclamar igualmente, o respeito pelo nosso… eu.

Celso Nuno Sá