Governador do Banco de Portugal diz que economia não estaria tão bem sem imigrantes
O governador do Banco de Portugal disse hoje que a economia portuguesa não teria um desempenho tão positivo se não fosse a imigração e que devia ser respeitada.
"Há um papel determinante da imigração, e que todos devíamos respeitar em Portugal, no aumento da oferta de trabalho. O que conhecemos hoje da economia portuguesa e todos os indicadores não aconteceriam sem fenómeno migratório, que Portugal devia respeitar", afirmou Mário Centeno, na apresentação do Boletim Económico de junho, que mantém a previsão de crescimento da economia de 2% este ano.
Logo no início da apresentação, no Museu do Dinheiro, em Lisboa, o governador falou por várias vezes na importância da imigração e como devia ser respeitada em Portugal.
Segundo o economista, "não é possível na Europa modelos de crescimentos sem adequado contributo da imigração", voltando a reforçar que "Portugal devia respeita-lo".
Um estudo do Banco de Portugal inserido no Boletim Económico indica que Portugal tinha em 2023 quase meio milhão de estrangeiros empregados por conta de outrem, bem acima dos 56 mil de 2014.
Na agricultura, a mão-de-obra imigrante já tem um peso de 40% no emprego por conta de outrem e na hotelaria e restauração um peso de 31%.
Esta segunda-feira, o Governo anunciou novas regras para a imigração em Portugal, tendo sido promulgadas pelo Presidente da República no mesmo dia e entrado em vigor no dia seguinte.
As migrações têm sido um dos temas a dominar a campanha para as eleições europeias de domingo, com a oposição a criticar quer a oportunidade quer o conteúdo do Plano de Ação para as Migrações, apresentado pelo Governo.