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Académica da Madeira e TSF-M estreiam hoje ‘Peço a Palavra’

Novo programa arranca esta quarta-feira, será transmitido quinzenalmente, em directo na rádio, e ficará disponível em ‘podcast’

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Chama-se ‘Peço a Palavra’ e é um espaço de debate sobre o universo do Ensino Superior e os seus estudantes. Numa parceria entre a Associação Académica da Madeira e a TSF-M (100FM), o novo programa será transmitido quinzenalmente, em directo na rádio a partir de hoje (16 horas) e disponível em formato ‘podcast’ nas principais plataformas.

Com duração de 45 minutos e apresentação do jornalista Ricardo Miguel Oliveira (também director geral editorial do DIÁRIO), promete aos ouvintes trazer uma onda fresca e dinamismo. Concebido e produzido por estudantes em diversas áreas, em parceria com os profissionais da rádio, o programa abordará temas sobre o ensino superior, a ciência, a investigação, o emprego, a saúde e várias outras temáticas que preocupam os jovens e as suas famílias, através de momentos de debate, de entrevista e de informação.

O programa será transmitido quinzenalmente, às quartas-feiras, a partir das 16 horas e ficará disponível em amadeira.pt, dnoticias.pt/podcasts e nas plataformas de podcasts.

Primeira edição

Com o encerramento de mais um ano lectivo e a iminência do início dos concursos de acesso ao Ensino Superior, o primeiro programa debruçar-se-á na Universidade da Madeira, a principal instituição de ensino superior na Região Autónoma e um dos seus principais pólos de investigação científica e de desenvolvimento tecnológico.

O painel composto por estudantes e antigos estudantes conta como convidado Sílvio Fernandes, reitor da Universidade da Madeira, que irá debater temáticas relacionadas com a academia madeirense. Os desafios, as metas, os problemas com que se depara a instituição e os sucessos que tem obtido no ensino, na investigação e na inovação, são algumas das temáticas abordadas.

Dar voz aos estudantes e a simbologia do nome

No ano em que se assinalam 50 anos do 25 de Abril, a Académica da Madeira diz ser necessário recordar que 1974 foi o culminar de todo um conjunto de eventos que desgastaram uma das ditaduras mais duradouras da Europa, alguns dos quais protagonizados pelos estudantes universitários.

Em 1969, o Estado Novo sofreu um dos mais importantes movimentos contestatários, levado a cabo pelos estudantes universitários. A 17 de Abril, a Universidade de Coimbra inaugurou o novo edifício do Departamento de Matemática com a presença do Presidente da República, Américo Tomás, e do então ministro da Educação, José Hermano Saraiva. A comitiva dos governantes comitiva encontrou os estudantes pelas ruas, em protesto pela democratização do sistema de Ensino Superior, pelo que a cerimónia se deu a portas fechadas, sem a presença dos universitários e sem que os representantes pudessem fazer uso da palavra nas intervenções.

Alberto Martins, presidente da Associação Académica de Coimbra, desafiou o protocolo, levantou-se e imortalizou a frase: “Em representação dos estudantes da Universidade de Coimbra, peço a palavra”. As consequências são conhecidas, com o término abrupto da sessão, a prisão posterior de Alberto Martins e o início do que ficou conhecido como a Crise Académica de 1969.

O nome do programa - ‘Peço a Palavra’ - deriva então da intervenção que tornou célebre o jovem líder estudantil em Coimbra, Alberto Martins e espoletou a Crise Académica de 69. O tema de abertura ‘Dança’, um instrumental de Carlos Paredes, gravado pelo mestre dois anos antes da Crise Académica, recordando essa década particularmente difícil para os estudantes universitários portugueses e homenageando o guitarrista de se que se assinalam 20 anos do seu falecimento em 2024 e o seu centenário natalício em 2025. A guitarrada foi gravada pelos Fatum - Grupo de Fados da Académica da Madeira, no Funchal, em 2019, para o seu 2.º álbum, ‘Fado de Coimbra - Dos Clássicos aos Contemporâneos’.

Em suma, ‘Peço a Palavra’ é um espaço em que o Ensino Superior, a Ciência e a Tecnologia estarão em debate, porque os estudantes pediram a palavra.