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Recuperar valores: o exemplo da solidariedade da comunidade luso-venezuelana

Vivemos numa sociedade cada vez mais individualista e menos solidária, onde muitas vezes se menosprezam os princípios e os valores mais básicos, onde muitas vezes falta o civismo, o respeito pelo outro e apenas impera o egoísmo e a ganância de ganhar e tentar levar vantagem sobre todos, a todo o custo.

Não pode valer tudo! Temos de refletir sobre quais os exemplos que pretendemos deixar às gerações vindouras. Os bens materiais são importantes, mas mais importante do que isso são os valores e os princípios que perduram no tempo.

Foi por isso com enorme satisfação e orgulho que testemunhei o grande exemplo de solidariedade da nossa comunidade luso-venezuelana aos nossos conterrâneos mais carenciados.

Numa recente deslocação oficial do Governo da República à Venezuela pude assistir “in loco” ao trabalho maravilhoso dos nossos conterrâneos, dos nossos conselheiros e de várias associações na assistência médica, alimentar e de sobrevivência aos mais carenciados.

A solidariedade da comunidade luso-venezuelana é marcante e constitui um grande exemplo para todos.

São inúmeras as instituições de beneficência portuguesas que trabalham na Venezuela, em prol da nossa comunidade.

Visitámos a Sociedade de Beneficência das Damas Portuguesas, o Lar Padre Joaquim Ferreira, o Lar Geriátrico de Maracay e a OMG “Regala una Sonrisa” que ajuda sem abrigo e portugueses e luso-descendentes em situação de abandono, entre muitas outras associações.

O Governo português apoiará todas estas associações do Distrito Capital, Arágua, Carabobo, Lara e La Guaira com cerca de cento e oitenta mil euros e vai continuar a enviar e a distribuir medicamentos e a apoiar a rede médica.

Infelizmente, continuam a chegar-nos sinais de portugueses, com muitas dificuldades na Venezuela. Cidadãos que vivem sem condições, que têm de facto dificuldades, sob o ponto de vista alimentar, muitos deles idosos.

Para além do enorme exemplo da solidariedade, a nossa comunidade na Venezuela é muito trabalhadora e resiliente. Foi marcante visitar o Santuário de N.ª Sra. de Fátima, em Los Teques, uma grandiosa obra construída totalmente com os fundos dos nossos emigrantes.

Na hora da partida venho de coração cheio, com o carinho e a forma calorosa como fomos tão bem recebidos pelos nossos conterrâneos na Venezuela.

É tempo de regressar a casa, impressionada pela marca e pelo enorme exemplo da solidariedade, do voluntariado, da resiliência e da garra da nossa comunidade, naquele país.