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Exército israelita faz nova incursão em campo de refugiados em Gaza

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Foto EPA/HAITHAM IMAD

O exército israelita anunciou hoje o início de uma incursão terrestre no campo de refugiados de al-Bureij, na zona centro de Gaza, da qual se retirou em janeiro, após semanas de uma ofensiva na área e subsequentes ataques isolados.

Numa declaração em hebraico na rede social X, o exército confirmou uma operação combinada de forças aéreas e terrestres, tendo estas últimas atuado "seletivamente" contra os milicianos do movimento islamita Hamas na zona, sob orientação dos serviços de informações.

O campo de al-Bureij fica a sul do corredor de Netzarim, onde o exército permanece escondido e perto do local onde anunciou hoje ter destruído um túnel do Hamas com cerca de 1,5 quilómetros de comprimento e 23 metros de profundidade.

A incursão israelita durou desde o início da manhã até ao meio da madrugada e envolveu forças de infantaria, dezenas de tanques e outros veículos blindados, bem como dois helicópteros Apache.

No final de dezembro, o exército israelita entrou em al-Bureij e permaneceu durante semanas, afirmando ter encontrado entradas de túneis e instalações utilizadas pelo Hamas para fabricar armas, segundo informações militares.

Em 07 de março, houve uma nova incursão noturna neste campo e no campo adjacente de Nuseirat, durante a qual foram mortos pelo menos 14 palestinianos, incluindo civis e pelo menos três crianças, segundo fontes médicas do Hospital al Shifa, que registou cerca de 80 feridos.

Nos últimos meses, o exército israelita teve de regressar a vários pontos do norte e do centro do enclave palestiniano, dos quais já se tinha retirado à medida que avançava para sul, devido ao reagrupamento de milicianos do Hamas e de outras fações como a Jihad Islâmica Palestiniana.

Por outro lado, as Forças de Defesa de Israel (FDI) terminaram na segunda-feira uma operação de grande envergadura, ao fim de uma semana e meia, no bairro de Sabra, a oeste de Gaza, afirmando terem conseguido desmantelar infraestruturas e armazéns do Hamas e com um balanço de "dezenas" de "terroristas" mortos.

As FDI sublinharam que, durante as operações, conseguiram encontrar importantes reservas de projéteis e todo o tipo de armas, incluindo um lançador de mísseis portátil Igla (SA-18) de fabrico russo.

O exército israelita calcula que "dezenas" de homens armados foram mortos durante as operações.

Em paralelo, numa operação conjunta das FDI e agentes do Shin Bet, a agência de segurança interna de Israel, entre outros operacionais, pelo menos 24 pessoas foram presas na segunda-feira à noite em diferentes áreas da Cisjordânia.

A operação, indicaram fontes militares, não resultou em baixas entre as forças de segurança israelitas.

Desde a intensificação das operações na Cisjordânia relacionadas com a guerra na Faixa de Gaza, em curso há quase oito meses, foram detidas cerca de 4.150 pessoas, das quais cerca de 1.750 têm alegadas ligações ao Hamas.

O conflito em curso na Faixa de Gaza foi desencadeado pelo ataque do grupo islamita Hamas em solo israelita de 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.

Desde então, Israel lançou uma ofensiva na Faixa de Gaza que provocou mais de 36.000 mortos, segundo o Hamas, que governa o pequeno enclave palestiniano desde 2007.