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(Mais uma) Leitura regional

Quando achamos que já vimos tudo e que nada pode ser pior, basta um debate às eleições americanas com estes dois candidatos para ficarmos convencidos que, afinal, nem tudo é assim tão mau. Mas o pior é que é…

Como é possível estarmos entregues a políticos tão experientes e com tanta incapacidade para perceber o resultado eleitoral das últimas eleições regionais? E como é possível achar que tudo se resolve com uma outra distribuição de tachos e penachos?

Quase fico com saudades do tempo em que os mortos votavam. Mau por mau, ao menos poupavam-nos a este triste espectáculo, onde ninguém consegue sair-se bem. Com excepção do Senhor a quem ninguém engana, claro! Quem não adora uma bela de uma eleição assim seguidinha?

Comecemos pelo óbvio: - o Dr. Albuquerque devia não querer ter sido candidato a Presidente do Governo, para poder libertar o partido e a si próprio do ónus de um processo de investigação em curso. Mas já sei; o Dr. Costa cá está para mostrar que isso dos processos é para pacóvios.

Sendo-o, não cabe a terceiro nenhum substituir-se a quem o elegeu, no partido e depois nas Regionais, pelo que é patética a história do “este eu não quero, mas com outro já me amantizo” protagonizada pelo Chega.

O CDS não percebeu, ainda, o ridículo que é achar legítimo deter a Presidência da Assembleia Regional com o resultado alcançado. Ainda para mais, fazer de dois deputados um é um exercício parecido com o meu de gestão de caracteres de cada vez que deles falo, não acham?

Para o PS, o problema é matemático. 11 afinal até é um número bom, tanto que o repetiram mesmo se tendo antes dado demissão do líder. Somando 9, dá 24, certo? Ó caramba, mas não dá! E agora? Às tantas, se oferecerem a presidência ao dos 9, que conseguiu deitar por terra o melhor resultado das eleições, a coisa até pode dar um albergue espanhol. Só que não…

Resumamos: - O PSD, que ganhou as eleições, falou com o CDS sobre um penacho e imaginou que convencia o Chega e a IL a viabilizar o programa de governo com algo parecido. Mas não teve pachorra de ir falar com eles, tendo dito ao que não se deixa enganar que foi e que estava tudo acordado. E o que não se engana acreditou.

O JPP achou que o mandato que recebeu foi para não viabilizar nada e o Chega quer reeditar o Congresso do PSD; não gramou o resultado que de lá saiu. O PS, neste entretanto, foi ver se arranjava uma calculadora que as mãos só têm dez dedos e mais os dos pés dá outro tanto; não chega para o que precisam.

E agora? Olhem, aceite-se tudo, mesmo se deturpando completamente o programa com que se apresentaram a eleições, desvirtuado também por todos os que, não tendo noção do resultado necessariamente parco que alcançaram, querem no seu conjunto de exigências para viabilizar o programa de governo incluir aquilo que, pelos vistos, o povo rejeitou. Mas não se preocupem, que está tudo bem e na América é que os gajos têm um louco contra um xéxé!