As voltas que a política dá
As eleições regionais de 26 de maio vieram baralhar as contas dos partidos na RAM. Confirma-se que Albuquerque está agarrado ao poder como lapa à rocha e tem o dito cujo preso aos interesses económicos dos “donos” da Região. Só assim se compreende que um candidato indiciado de corrupção continue a ganhar eleições. Só não percebem isto os 36% dos madeirenses que assimilaram o estatuto de “povo superior” e mesmo sendo dos mais podres pensam que votando no partido dos ricos, ficarão ricos também. Só interesses inconfessáveis mantêm Albuquerque no poder mesmo sabendo que outro nome indigitado para líder do Governo obteria maior consenso da aposição. Porém, nem tudo é mau porque o cenário na ALM mudou bastante em relação aos 48 anos de “ditadura” na RAM, uma vez que os partidos da oposição adquiriram trunfos que podem ser usados, sobretudo pelos dois maiores partidos PS e JPP, se apresentarem propostas credíveis tais como, revisão do Estatuto Político Administrativo, a limitação de mandatos, medidas contra a corrupção, subsídio para os reformados, listas de espera na saúde, a resolução do Ferry, e outros que há muito se mantêm fechados nas gavetas do G.R. Assim, veríamos se os partidos que dizem não atravessar linhas vermelhas se atreveriam a votar contra tais propostas. Façam isso e o próprio M.A. irá embora porque não está para vos aturar. Todavia é preciso que sejam propostas credíveis e não despesistas porque propostas irrealistas iriam provocar despesas inúteis com consequente aumento de impostos que teriam que ser suportados pela população. Outra volta engraçada foi o zig-zag de José Manuel Rodrigues que ao “passar entre os pingos da chuva sem se molhar”, ocupa novamente a presidência da ALM obrigando Cunha e Silva a pendurar o fato e gravata. Vai ainda provocar um enfarte – salvo seja - ao Dr. Miguel de Sousa que vai ter de carregar com o Zé Manel que tantas vezes amaldiçoou. O Chega percebeu que chegou ao seu limite já que as pessoas perceberam que é apenas mais um partido de protesto igual a tantos outros. A IL mantém-se orgulhosamente só, à espera de desequilibrar a balança na ALM. Lamentavelmente P. Cafôfo já deu muitas voltas e cometeu muitos erros que os madeirenses não lhe perdoaram. Vai ficar à espera que Albuquerque caia mas avaliando pelas duas eleições anteriores, por muito que espere, jamais conseguirá a confiança para chegar à Q. Vigia. É pena!
Juvenal Rodrigues