Representatividade, Acerto e responsabilidade
O quadro parlamentar afigura-se de difícil aritmética pelo que todas as decisões terão de merecer a concordância
Em virtude de todos os fenómenos políticos e mediáticos conhecidos, os últimos meses foram de particular incerteza. Na Região Autónoma da Madeira chegamos a junho com três idas às urnas consomadas e com a perspetiva de podermos ser novamente chamados a votar antes das eleições autárquicas do final do verão de 2025.
O desígnio da JSD/Madeira neste quadro político era aumentar a sua representatividade no quadro parlamentar. Essa meta foi alcançada com sucesso, uma vez que dois dos três sub-30 que compõem o novo elenco dos 47 deputados são da nossa JSD. O nosso compromisso é assegurar a melhoria das condições de vida dos jovens e, consequentemente, dar voz a uma geração que vive desafios diferentes e que precisa, sobretudo, de mais oportunidades na construção do futuro coletivo. Quer seja de participação democrática ou de definição de políticas públicas a serem prosseguidas.
Aquilo que se pede à representação parlamentar de qualquer juventude é que consiga influenciar, positivamente, a aplicação de propostas políticas que tragam arrojo e frescura à governação, aplicando medidas que coloquem a Madeira na vanguarda daquilo que melhor se faz. A sociedade precisa de todos para ser representativa dos anseios que nela diariamente se multiplicam.
Tal como no passado, voltaremos a defender propostas como o Estatuto do Estudante Deslocado ou o Estatuto do Estudante-Atleta, recuperando-as em vários centros de decisão pela voz de jovens. Mas não ficaremos por aí. É para nós imprescindível cumprir, assim que possível, um dos principais compromissos desta campanha eleitoral: um IRS Jovem com taxa máxima de 10,5% para todos os jovens até aos 35 anos que residam na Região Autónoma da Madeira. A capacidade de firmar o compromisso do IRS Jovem mostra-se exemplificativa de como uma estrutura de juventude com bons quadros, ideias válidas e onde todos têm lugar, pode trazer frescura ao debate político e colocar a agenda da Juventude no leque de prioridades. Pelas propostas atrás mencionadas essa surge como a nossa marca, da qual não abdicaremos e que pretendemos intensificar noutras matérias.
O quadro parlamentar afigura-se de difícil aritmética pelo que todas as decisões terão de merecer a concordância, ou pelo menos a “não oposição”, de várias sensibilidades políticas.
Nesses termos, as novas palavras de ordem serão acerto e responsabilidade. Apesar de já ter manifestado publicamente as suas desculpas, o Bom-Senso aconselhará que palavras ofensivas como aquelas que vimos serem proferidas na passada sexta-feira pelo Senhor Secretário da Saúde - pessoa que muito estimamos - sejam evitadas, principalmente em contextos institucionais. Julgamos que não será prudente insultar quem, provavelmente, nos pode garantir os consensos necessários para levar a bom porto a governação que esta semana se inicia. Não procurar consensos com quem não está disponível para os ter, ou não ser “fofinho para com a oposição” não pode ser sinónimo de hostilização. Que se viva numa convivência tolerável, a bem da Madeira. Se assim não for, perdemos todos e, em particular, perdem os madeirenses.