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Em menos de 24 horas, seis pessoas morrem em Espanha em três crimes de violência doméstica

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Espanha registou três alegados casos de violência doméstica em menos de 24 horas, nos quais morreram seis pessoas, entre quatro mulheres e duas crianças, podendo subir para 19 o número de mulheres assassinadas pelos ex ou atuais companheiros.

Segundo informação da agência EFE, uma mulher foi encontrada morta juntamente com os dois filhos em Cuenca, centro do país, uma jovem e a mãe foram mortas na casa de ambas, em Granada, sul de Espanha, e uma outra mulher foi estrangulada pelo companheiro em Málaga, junto ao mediterrâneo.

A confirmar-se que são casos de violência doméstica, sobe para 19 o número de mulheres mortas por ex ou atuais companheiros desde o início do ano, enquanto crianças serão 15.

Apenas em um destes três casos a vítima estava no sistema espanhol de proteção VioGén, para acompanhamento de vítimas de violência de género, e o agressor tinha uma ordem de restrição, o que não impediu a agressão mortal, enquanto em relação aos outros dois alegados agressores não havia qualquer queixa anterior.

A Guardia Civil encontrou hoje os corpos de uma mulher e dos seus dois filhos, de 5 e 7 anos de idade, numa casa em Las Pedroñeras (Cuenca).

A mulher e as crianças terão sido assassinadas pelo ex-companheiro da mulher e pai das crianças, de 44 anos, que foi detido.

Fontes próximas à investigação disseram à EFE que a mulher estava no sistema policial VioGén e tinha uma ordem de restrição contra o agressor.

Por volta das seis horas da manhã de hoje, um homem de 34 anos terá matado a ex-companheira, de 20 anos, e a mãe desta, na localidade de Zafarraya (Granada), depois de as ter surpreendido entrando em casa com uma chave e disparando sobre ambas com uma caçadeira, com a qual se suicidou.

Neste caso, foi uma amiga que alertou as autoridades, pois estava a falar ao telefone com Laura, a jovem assassinada, e ouviu o que se passava, tendo ligado para o 112.

Na sexta-feira à noite, por volta das 23:00, um homem de 75 anos estrangulou a sua mulher, de 76 anos, em Fuengirola (Málaga) e depois tentou suicidar-se. O homem, que deixou uma carta a relatar os acontecimentos antes de tentar matar-se com recurso a comprimidos, está fora de perigo e foi detido.

O Ministério da Igualdade anunciou, na quinta-feira, que iria convocar o comité de crise na próxima semana para analisar os últimos crimes, depois de ter sido confirmada a natureza machista do assassinato de duas mulheres em abril, elevando para 16 o número de vítimas mortais este ano.

Já hoje, a ministra da Igualdade, Ana Redondo García, denunciou a violência machista neste "dia terrível para a sociedade espanhola em geral".

Redondo sublinhou que este "dia negro e triste" é também um dia para refletir e para colocar todos os mecanismos ao alcance para "erradicar este enorme problema".

E sublinhou o papel do "ambiente" nestes casos, que em muitos casos tem conhecimento da violência: "precisamos que o denunciem para podermos tomar decisões e proteger melhor antes que o homicídio ocorra", afirmou.

A segunda vice-presidente e ministra do Emprego, Yolanda Díaz, afirmou que os números "dramáticos" recordam que "ainda há muito trabalho a fazer", enquanto a ministra da Juventude e da Infância, Sira Rego, disse estar "horrorizada" com a crueldade "desoladora" destes acontecimentos.

Até agora, em 2024, a Delegação do Governo contra a Violência de Género confirmou a natureza machista em 16 homicídios, um número que subirá para 19 se forem confirmados os últimos três crimes de hoje.

Também em 2024, treze menores foram assassinados pelos pais em crimes de violência doméstica. A isto juntam-se as duas crianças encontradas em Las Pedroñeras (Cuenca) com a mãe.