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Madeira

"Viver em duodécimos não é o fim do Mundo nem da Madeira", diz BE-Madeira

Partido entende que "Albuquerque desprestigia o cargo de presidente do Governo Regional"

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O Bloco de Esquerda esteve este sábado numa iniciativa de auscultação na rua para a ouvir o que as pessoas têm para dizer e também a dar a leitura do partido daquilo que se está a passar em termos políticos na Região.

E há três conclusões a que se chega rapidamente, diz o BE.

Primeira conclusão: Miguel Albuquerque desprestigia o cargo de presidente do Governo Regional da Madeira. A Madeira está desde Janeiro nas bocas do mundo, pelas piores razões, e por causa de Miguel Albuquerque e do PSD. E o que se vê é que lhe falta bom senso e sentido de Estado. Faltou em Fevereiro, quando o PSD e o CDS não quiseram aprovar o orçamento, apesar da insistência do Representante da República e da disponibilidade de vários partidos. Nessa altura não se importaram com os interesses da Madeira. Faltou-lhe bom senso quando se recandidatou às eleições Regionais, pois sabia que não haveria maioria absoluta e sabia que os parceiros não o iriam aceitar como presidente. Faltou sentido de Estado quando mentiu ao Representante da República dando garantias de estabilidade. E continua a faltar-lhe bom senso porque Miguel Albuquerque é, aparentemente, o único entrave para a Madeira tenha o seu orçamento aprovado. Dina Letra, BE

O partido prossegue e apresenta a sua segunda conclusão:

Viver em duodécimos não é o fim do Mundo nem da Madeira. Não vamos dizer que é igual a termos o orçamento aprovado, mas não é o fim do mundo. Até porque estamos com este regime de duodécimos desde Janeiro e as empresas continuam a produzir, os serviços públicos continuam a funcionar, os salários e as pensões continuam a ser pagos e até o presidente do Governo continua a visitar obras em curso. O que isto obriga é que haja rigor nas contas, a que haja critérios e definições de prioridades, coisa que todos sabemos que o PSD tem dificuldades em fazer. Não é à toa que temos uma dívida colossal que será paga por várias gerações de madeirenses. Dina Letra, BE

A terceira conclusão tem a ver com o se vai passar no parlamento madeirense, onde, recorde-se, o BE não tem assento parlamentar, depois de ter falhado a eleição de Roberto Almada para a ALM.

O que vai ser votado no Parlamento é uma moção de confiança. Uma moção de confiança a Miguel Albuquerque, ao seu governo. Em Fevereiro foram o CDS e o PAN que retiraram a confiança política a Miguel Albuquerque, por entenderem que não tinha credibilidade e condições políticas para continuar no cargo e com isso provocaram eleições antecipadas; foram estes partidos, a par da IL, que garantiram ao eleitorado que nunca iriam viabilizar Miguel Albuquerque como presidente do governo e até que seriam um bloqueio à extrema-direita. Agora dão o dito por não dito e dão uma volta de 180o quanto ao que era para eles impossível de aceitar. O CH, que faz bandeira do combate à corrupção e de que é preciso limpar a Madeira, prepara-se para se aliar ao sistema que diz combater. Sentam-se agora todos à mesma mesa, sem linhas vermelhas, e preparam-se para dar um voto de confiança a Miguel Albuquerque e colocar na presidência do governo regional da Madeira alguém que é arguido num processo de corrupção e de atentado ao estado de direito. Dina Letra, BE

O BE conclui, dizendo que, "para além de tudo isto minar a confiança dos eleitores na palavra dos políticos e de descredibilizar a política, demonstra também que o Bloco de Esquerda tinha razão quando, durante a campanha, denunciou que votar no CDS, PAN, IL e CH era o mesmo que votar no PSD: "A Madeira precisa de uma mudança. Não será certamente com algum destes partidos".