Dois terços dos israelitas defendem que PM Benjamin Netanyahu deve abandonar a política
Cerca de dois terços dos israelitas consideram que o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, deve abandonar a política e não tentar a reeleição, segundo uma nova sondagem televisiva do popular canal israelita 12.
Os dados da sondagem mostram que 66% dos inquiridos não querem que o líder israelita se candidate em futuras eleições, em comparação com 27% que aprovam e 7% que não sabem.
A popularidade de Netanyahu entre a sociedade israelita caiu a pique após o início da guerra em Gaza. De facto, nos quase nove meses de ofensiva, todos os fins de semana se realizam protestos em Israel pedindo a sua demissão e eleições antecipadas.
Muitos israelitas acusam o primeiro-ministro israelita de prolongar a ofensiva na Faixa de Gaza apenas pelos seus próprios interesses políticos. Netanyahu tem vários processos de corrupção pendentes que foram congelados na sequência do conflito no enclave palestiniano.
A sondagem revela ainda que 85% dos israelitas querem a criação de uma comissão de inquérito estatal para analisar as falhas que permitiram ao Hamas levar a cabo os ataques de 07 de outubro, que mataram 1.200 pessoas.
Há meses que o Governo de Netanyahu bloqueia a criação de tal órgão, uma decisão que terá agora de explicar à justiça israelita.
Por outro lado, 66% dos inquiridos apoiam a decisão desta semana do Tribunal Superior que põe fim à isenção militar para os estudantes judeus ultraortodoxos.
A decisão complica a sobrevivência do Governo de coligação de Netanyahu, cujo apoio depende dos dois partidos ultraortodoxos (Shas e United Torah Judaism), que já ameaçaram abandonar o Governo se a decisão do tribunal for aplicada.
Os partidos de extrema-direita também ameaçaram romper a coligação se Netanyahu chegar a um acordo com o Hamas, o que não é a única exigência, uma vez que agora também apelam a uma ofensiva total contra o Hezbollah no Líbano.